Marc Ferrez (em pé), sua esposa Marie, o filho Julio com a esposa Claire e os filhos Gilberto e Eduardo, circa 1914
A vida e obra de Marc Ferrez (1843-1923), o mais importante fotógrafo brasileiro do século XIX, podem ser pesquisadas em profundidade graças à preservação de seus milhares de negativos e centenas de fotografias originais de época que integram a Coleção Gilberto Ferrez, hoje pertencente ao Instituto Moreira Salles.
A sobrevivência deste importante acervo até os dias de hoje deve-se em grande parte à própria longevidade do autor e da empresa criada por ele em 1867, que se manteve atuante através de seus descendentes até as últimas décadas do século XX. Deve-se também, e especialmente, a seu neto Gilberto Ferrez, que por um lado, certamente influenciado pela obra do avô, e por outro, por seu próprio interesse no campo da historiografia e da iconografia, tornou-se o primeiro historiador da fotografia brasileira, além de destacado membro do Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, dedicando-se pessoalmente à difusão da obra fotográfica de Marc Ferrez.
Cerca de metade da produção fotográfica de Ferrez foi realizada na cidade do Rio de Janeiro e no seu entorno, e a outra parte nas diversas regiões do Brasil que percorreu regularmente em seus diversos trabalhos comissionados, seja como fotógrafo da Comissão Geológica do Império em meados dos anos 1870, ou como principal fotógrafo das construções ferroviárias no Brasil, em especial nos anos de 1880 e 1890, configurando assim um grande panorama da paisagem brasileira do período.
Ferrez, no final de sua vida, dedicou-se à fotografia estereoscópica em cores, utilizando as placas fabricadas pelos irmãos Lumière pelo processo denominado autocromo. Estas raras e inéditas imagens produzidas por Marc Ferrez e seus filhos são os registros coloridos conhecidos mais antigos da cidade do Rio de Janeiro, disponibilizados pelo IMS no 448º aniversário da cidade.
Veja abaixo algumas dessas fotografias históricas.
Vista do Pão de Açúcar tomada do morro da Urca, c. 1914
Vista do Pão de Açúcar, c. 1914
Corcovado, c. 1914
São Conrado, c. 1914
Pedra da Gávea a partir do Alto da Boa Vista, c. 1914
Entrada do Silvestre, c. 1914
Jardim Botânico, c. 1914
Jardim Botânico, c. 1914
Casarão antigo na Rua Voluntários da Pátria , c. 1914
Teatro Municipal, c. 1914
Avenida Rio Branco, denominada Avenida Central até 1912, c. 1914
Avenida Rio Branco, c. 1914
Praça Tiradentes, c. 1914
Centro, visto do Morro do Castelo c. 1914
Embalagem das chapas fotográficas coloridas/autocromos,desenvolvidas e fabricadas pelos irmãos Lumière c. 1914
Sergio Burgi é coordenador de fotografia do Instituto Moreira Salles
Ouça uma seleção de músicas sobre o Rio de Janeiro na Rádio Batuta