José Geraldo Couto

Licantropia sertaneja

José Geraldo Couto

08.06.18

O filme As boas maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, é uma singular atualização do mito do lobisomem, ou antes uma releitura moderna, no contexto das tensões sociais de hoje. O primeiro acerto dos realizadores é a construção de um mundo à parte, com um pé no real e outro na fábula.

A pioneira Carmen Santos (1904-1952)

Mulheres do cinema, cinema das mulheres

José Geraldo Couto

19.01.18

Num cinema de história intermitente e espasmódica como o brasileiro, pontuado por surtos, interrupções e fracassos, e ainda por cima marcadamente masculino, várias gerações de mulheres podem ser vistas como pioneiras e desbravadoras. Nesse contexto, poucos eventos poderiam ser tão oportunos como a mostra Mulheres, câmeras e telas, da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, que inclui da pioneiríssima atriz, produtora e diretora Carmen Santos a jovens realizadoras de hoje, como Julia Murat e Juliana Rojas,  passando por Tata Amaral, Eliane Caffé, Laís Bodanzky, Anna Muylaert, Lina Chamie e outras.

Cena do filme "As boas maneiras"

O horror do Brasil

José Geraldo Couto

27.10.17

As boas maneiras, ganhador do prêmio especial do júri no festival de Locarno, surge como um dos longas mais aguardados da 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Dirigido pelos jovens brasileiros Marco Dutra e Juliana Rojas, o filme atualiza o mito do lobisomem e consegue o prodígio de enfrentar o terror sem perder de vista o amor e o humor. Como dizia Hitchcock, o problema não é o clichê, mas sim partir de uma ideia original e desembocar num clichê. As boas maneiras, assim como os filmes do mestre do suspense, faz justo o contrário: parte do clichê para algo original. José Geraldo Couto comenta esta e outras boas atrações da Mostra.

2016, entre sinistro e sublime

José Geraldo Couto

30.12.16

Num ano de grandes traumas no Brasil e no mundo, o cinema, se não serviu para consertar nada, ao menos nos ajudou a manter aguçados o olhar e a sensibilidade. Atendo-nos aos títulos lançados no circuito comercial, alguns veteranos fundamentais (Bellocchio, Verhoeven, Almodóvar, Clint Eastwood, Woody Allen) marcaram presença, ao lado de estreantes promissores, como Robert Eggers, do surpreendente A bruxa.

Festa no cemitério

José Geraldo Couto

25.07.14

Apesar de momentos insólitos, o Festival de Paulínia voltou com toda força. O destaque dos primeiros dias é Sinfonia da necrópole, estreia solo da diretora Juliana Rojas e um passo à frente no trabalho coletivo da produtora paulistana Filmes do Caixote com os gêneros cinematográficos estabelecidos. A história realiza um jogo de contrastes que aproxima o macabro do cômico e do poético.

Melhores do ano: o que fica do que passa

José Geraldo Couto

31.12.11

Todos fazem sua lista, também vou fazer a minha. Um brevíssimo balanço de 2011 diria que o ano não foi dos piores, nem para o cinema estrangeiro, nem para o nacional.