A crista da onda negra
José Geraldo Couto
02.03.18
Pantera negra é o primeiro (e possivelmente o último) filme de super-herói a ser comentado nesta coluna. A razão da discutível honra é simples: o filme de Ryan Coogler é desde já um marco na história de Hollywood e do cinema de entretenimento. Sobra também um espaço pequeno para falar de um artista imenso, Luchino Visconti.
Ainda está pouco
Carla Rodrigues
24.07.17
A escritora Conceição Evaristo estará diante de imensos dilemas em Paraty. A autora de Becos da memória encara o impasse enfrentado pelas lutas identitárias: ser reconhecida como uma grande escritora negra, e com isso ficar confinada à marcação de negritude, ou ser recebida como uma grande escritora, e com isso enfraquecer sua posição de mulher negra.
A senhora é afro-americana?
Christian Schwartz
26.06.17
Quem lê a história contada por Rachel Dolezal em sua autobiografia In Full Color se depara com um flagrante caso omisso no código de conduta otimista do multiculturalismo. A ex-ativista que se identifica como transnegra tocou em contradições sensíveis das políticas de inclusão ditas progressistas, segundo as quais haveria uma suposta receita universal para a coabitação pacífica da diferença. E, de forma inesperada, o caso Dolezal também ganha ressonância na complexa discussão racial brasileira.
Salve 2015! (2)
Equipe IMS
28.12.15
A (des)premiação da poesia, o preconceito transformado em orgulho, a Nouvelle Vague no centro da imaginação, as pequenas virtudes nas relações humanas – isso aqui não é, como já foi dito no primeiro capítulo da série "Salve 2015!" – nem lista dos melhores, nem retrospectiva. É um jeito menos aborrecido – e sem falsas alegrias – de se despedir do ano. Tchau!
No espelho de Angela Davis
Paulo Roberto Pires
24.10.14
Assistir a Libertem Angela Davis no calor da corrida presidencial brasileira é melhor do que todo o noticiário junto. O documentário de Shola Lynch sobre o processo movido contra a ativista negra americana nos Estados Unidos dos anos 1970 mostra abundantemente o que nos falta hoje, no Brasil dos 2000: política. Não se trata de política nova ou velha, mas de política em seu sentido renovador, incômodo e polêmico.