Donald Trump, presidente eleito dos EUA

Donald Trump, presidente eleito dos EUA

Trump, Obama e o futuro da humanidade

Política

09.11.16

Quem melhor explicou a vitória surpreendente de Donald Trump foi o cineasta esquerdista Michael Moore em um post do seu blog… em julho. Mostrou que os progressistas americanos vivem em uma bolha. Não percebiam o entusiasmo gerado por Trump no chamado Rust Belt, o outrora industrial cinturão da ferrugem, no interior do país.

Moore, que defendeu Bernie Sanders nas eleições primárias do partido Democrata, garantiu que ele e outros eleitores de Sanders iriam transferir seu apoio para Hillary, mas com um porém. A ex-senadora não inspirava, avisou Moore, o mesmo entusiasmo de Sanders e nem de Trump. Em um país tão dividido, numa eleição acirrada, na qual, graças ao colegial eleitoral, os votos dos estados interioranos valem um pouco mais do que os das capitais metropolitanas, a diferença estaria nos detalhes. Para vencer a eleição, Hillary precisaria encontrar maneiras novas de inspirar eleitores nos estados do interior. Moore tinha razão. Poucos na bolha progressista levaram a sério seu aviso. Não queriam acreditar. Viraram o rosto. Deu no que deu.

Donald Trump na presidência dos Estados Unidos inspira diversas preocupações, para não dizer pânico, mas duas se sobressaem, na minha opinião. A primeira é o envolvimento ainda mais intenso do país em guerras, até mesmo nucleares. Mas aí não vejo o que fazer. Torço para Trump se revelar menos agressivo no cargo do que na campanha.

Donald Trump durante a campanha pela presidência

Donald Trump durante a campanha para a presidência

A outra preocupação, não menos importante para o futuro da humanidade, são as mudanças climáticas. É urgente. Não é todo mundo que está ligado nisso. Mas a janela de tempo para tomar medidas fortes, capazes de evitar um aquecimento global catastrófico para a humanidade está fechando. É preciso agir incisivamente, e já, nos próximos anos, ainda durante o mandato de Trump. Não há dúvida quanto a isso. Não é uma opinião minha, apenas. Milhares de cientistas do clima garantem.

O assunto foi quase ignorado durante a campanha. O pouco que Trump falou – ou tweetou – sobre o assunto é ignorante e preocupa. O candidato disse que iria retirar o país do Acordo de Paris contra mudanças climáticas, fechar a Agência de Proteção Ambiental (EPA) e investir em gás e carvão. Se o fizer será catastrófico, e não só para os Estados Unidos. Segundo maior emissor de gases de efeito estufa no mundo (depois da China) são medidas que terão impactos catastróficos no planeta todo.

Mas neste caso, ao menos, há o que fazer. É preciso investir neste assunto, abraçá-lo, e trabalhar para que haja um preço crescente para cada tonelada de gases de efeito emitida. Soluções existem, mas sua adoção depende de uma consciência crescente da urgência do problema. Barack Obama deu a entender que vai se dedicar a combater as mudanças climáticas  depois de sair da presidência em janeiro. Vamos nos juntar a ele.

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