Em 1980, o álbum A arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes contava para o mundo o que muita gente boa já sabia: do encontro de um ex-agente penitenciário com um ex-advogado nascia uma das parcerias mais sofisticadas da música brasileira. Em outubro de 2010, ao recebê-los para recriar estes 14 sambas que são história, o IMS iniciou uma série de recitais dedicados a grandes discos, aqueles em que compositores, intérpretes, músicos, arranjadores, produtores e repertório parecem ter nascido uns para os outros. E assim, como quem não quer nada, vão sinalizando épocas, estilos e invenções. Encontros tão raros quanto o de Wilson e Nei, goiabada cascão, em caixa. (Bia Paes Leme e Paulo Roberto Pires)