O período entre 1940 e 1964 foi fundamental para a formação da fotografia moderna no país. Quatro fotógrafos, de origens muito diferentes, representam esse momento cultural na exposição Modernidades fotográficas, em cartaz a partir de hoje, às 17h, no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro.
Um dos fotógrafos é o alemão Hans Gunter Flieg, que se mudou para o Brasil aos dezesseis anos, fugindo do antissemitismo que dominava seu país em 1939. A partir de 1945, quando se estabeleceu no mercado como fotógrafo industrial, de publicidade e de arquitetura, lançou um olhar rigoroso – com influências marcadas da Bauhaus e do grupo alemão Nova Objetividade – sobre instalações industriais, edifícios, interiores e objetos. Durante três décadas, acumulou um arquivo de imagens que documenta como poucos o processo de industrialização do Brasil, especialmente de São Paulo.
Neste vídeo, feito especialmente para a mostra, Flieg comenta o cenário da fotografia no pós-guerra. “Ainda era o costume tirar fotografias de peças de máquina para anúncios”, conta, “mas o papel não era grande coisa, as máquinas não eram grande coisa…”. Tinha-se o hábito de fazer retoques, porém Flieg, que pedia peças perfeitas, convenceu os clientes que retoques eram desnecessários, artificializavam a imagem. O resultado são imagens peculiares como esta abaixo: