Camila von Holdefer

A reprodução da gritaria

Camila von Holdefer

26.09.18

Com ou sem censura, a discussão que se formou em torno da figura e da obra de Robert Mapplethorpe com a polêmica no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, ao mesmo tempo em que diz algo sobre o presente, faz emergir um episódio do passado. Continuamos a explorar e a mobilizar o pânico e o moralismo, buscando brechas na educação e fissuras na tolerância para dizer o que a arte deve ou pode representar, e de que maneira, e para quem.

Os dez mais de 2017

Equipe IMS

20.12.17

Dezembro chegando ao fim, hora de recapitular os dez posts mais lidos no Blog do IMS neste ano de 2017. Carla Rodrigues, Rafael Cardoso, José Geraldo Couto e Camila von Holdefer estão na lista.

Intimidade entre traço e desejo

Christian Schwartz

03.05.17

Qualquer leitor que algum dia tenha se encantado por Virginia Woolf não deixará de reconhecê-la como uma escritora – na falta de adjetivo menos gasto – intimista. Para quem saiba reconhecer os delicados sinais da intimidade, não será difícil se encantar igualmente pela pintura da irmã mais velha de Virginia, Vanessa Bell (1879-1961) – pela primeira vez exposta em extensa retrospectiva com cerca de uma centena de obras na Dulwich Picture Gallery, em Londres.

O maior pintor do Brasil

Rafael Cardoso

16.03.17

Provocou inveja e amargura, em certo meio mais do que restrito, a declaração de Luiz Zerbini de que Elvis Almeida seria “no momento, o maior pintor do Brasil”. O comentário conseguiu desagradar tanto a artistas veteranos, que se acharam preteridos, quanto a outros mais novos, que gostariam de ter sido alvo de um elogio tão público. Não pretendo entrar minimamente no mérito dessa questão. O que se quer discutir aqui é outra coisa: a quem serve esse processo de lançar uma nova promessa?

Liberdade e luta

Rafael Cardoso

10.01.17

John Berger, falecido no último dia 2, não se contentava com pouco. Aliás, pouco se contentava. Era um radical, no melhor sentido do termo. Desde seu combativo, e delicioso, primeiro livro de ensaios críticos, nunca deixou de denunciar a ganância por poder, dinheiro e celebridade que põe em perigo os valores mais essenciais da humanidade, nem poupou as manobras de um meio cultural que busca enredar a arte em tramas e discursos capazes de esvaziá-la de seu sentido crítico e alinhá-la com os interesses de quem o controla. Tal procedimento, ele nomeava, em alto e bom som marxista, como ‘mistificação’. Arte, para Berger, era liberdade e luta.

Transfiguração ao contrário

Taís Cardoso

12.12.16

Nos últimos anos, o empreendimento de olhar para a própria vida e tentar narrá-la tem aparecido em uma série de romances de autoficção. Além disso, recursos metanarrativos se misturam a perspectivas atravessadas pelas artes visuais, que aparecem em situações do enredo. A aproximação entre autoficção e arte pode ser explicada tanto pela insuficiência dos formatos, em tempos de vida compartilhada pela internet – seja da literatura, da história ou das artes – como também pela arte ter adquirido uma dimensão mais narrativa, que necessita de uma espécie de percurso investigativo para ser acompanhada.

Breve ensaio sobre a delicadeza

Felipe Scovino

03.11.16

Ao assistir Anri Sala: o momento presente, mostra em cartaz no IMS-RJ até o dia 20 de novembro, Felipe Scovino se deparou "com uma circunstância cada vez menos exercida no cotidiano, mas que encontra uma força indelével em muitas obras de artistas visuais: a delicadeza". Ela aparece na mostra sob as mais distintas configurações, e estabelece relações com três artistas brasileiros que têm a suavidade, a delicadeza e a sutileza como leitmotiv de seus trabalhos. São eles: Brígida Baltar, Cao Guimarães e Thiago Rocha Pitta.

Por que o leão ruge

Barbara Rangel

05.09.16

Em setembro de 2015, durante a visita de Anri Sala ao IMS-RJ em preparação da exposição Anri Sala: o momento presente, foi proposto ao artista que escolhesse um conjunto de quatro filmes, uma carta branca para que ele indicasse obras e cineastas de sua preferência como uma espécie de complemento à exposição. Diante do convite, Sala fez uma contraproposta: ao invés de listar suas influências, sugeriu que fossem exibidos alguns filmes que fizeram parte de seu trabalho Why the lion roars (em português: Por que o leão ruge).

Por trás do ombro de Millôr

Equipe IMS

11.04.16

Para o curador/organizador Paulo Roberto Pires, no livro Millôr: obra gráfica, a ser lançado no dia 13 de abril e já em pré-venda na Loja do IMS, "você vê o artista em movimento, como se estivesse por trás de seu ombro no estúdio". É uma visão de conjunto sobre uma obra que, de forma fragmentada, fez e faz parte da vida dos brasileiros.

Araújo Porto-Alegre: singular & plural

Equipe IMS

17.03.14

Leticia Squeff e Julia Kovensky, curadoras da exposição Araújo Porto-Alegre: singular & plural, falam sobre esse artista múltiplo que se destacou no cenário brasileiro do século XIX com ideias fundamentais para a sedimentação de uma cultura nacional.