Marisa Letícia da Silva, tema do post mais lido

Marisa Letícia da Silva, tema do post mais lido

Os dez mais de 2017

Cultura

20.12.17

Dezembro chegando ao fim, hora de recapitular os dez posts mais lidos no Blog do IMS neste ano de 2017:

 

10) Contar uma boa história, por Camila von Holdefer (29 de maio)

Nada no clamor para que autores voltem a “contar uma boa história” faz sentido. Mesmo a literatura comercial, ainda que sem qualquer engenho e de forma torta e tênue, diz algo sobre si mesma. Quando autores dispostos a experimentar com a literatura de gênero deslocam o foco da resolução para a investigação, não raro o resultado é instigante.  Quase todas as experiências revelam a relação complexa, mas estreita, entre investigação e signos, linguagem, literatura.

 

9) Um filme de mocinho, por José Geraldo Couto (15 de setembro)

Polícia Federal (passemos ao largo da piada do subtítulo: A lei é para todos) é um filme de mocinho. O que caracteriza o filme de mocinho, seja ele faroeste, policial, melodrama ou ficção científica, é uma simplificação extrema dos dados do real, eliminando ambiguidades e nuances para construir um universo dramático em que o bem e o mal estão muito bem delimitados. E a estratégia narrativa consiste em manipular o olhar e as emoções do espectador de modo a induzi-lo a tomar partido e torcer por um dos lados do conflito – o lado do “bem”, evidentemente.

 

8) Nós, pessoas em silêncio, por Carla Rodrigues (17 de outubro)

Há uma geração inteira de jovens que prefere o envio de áudios sucessivos às longas conversas telefônicas que marcaram minha adolescência, incluindo o estranho debate sobre quem desligaria o telefone primeiro. Há uma geração inteira de jovens cuja troca de textos diários pode significar relações silenciosas, pautadas mais por emojis do que por palavras.

 

7) Feminismo radical, justiças históricas e injustiças particulares, por Carla Rodrigues (21 de novembro)

Não me parece coincidência que a corrente das feministas radicais esteja fazendo tanto barulho no Brasil desde 2013, principalmente nas redes sociais. Até então, tínhamos uma tradição de associar movimentos feministas com lutas progressistas por justiça social, em que pese as valiosas críticas do predomínio do feminismo liberal branco entre nós. Hoje enfrentamos uma onda neoconservadora contra a liberdade, fundamentada na articulação entre leis e mercado, num estado securitário e autoritário e no pânico moral muitas vezes mobilizado pelas radfems.

 

6) Brasília e o cinema proletário, por José Geraldo Couto (25 de setembro)

No ambiente inflamável e polarizado do 50º Festival de Brasília, acabaram ofuscados os filmes que não atendiam às exigências militantes. Cabe esperar que sejam as dores do parto de uma conquista de visibilidade e não o surgimento de uma patrulha duradoura. Por acerto do júri, os prêmios principais foram para obras que superam a falsa dicotomia entre contundência sócio-política e empenho estético.

 

5) Duas vezes Judith Butler no Brasil, por Carla Rodrigues (30 de outubro)

A segunda vinda de Judith Butler ao Brasil provoca reação de grupos radicais de direita, que insistem em encontrar na filósofa americana aquilo que ela não é: nem a primeira e principal formuladora da teoria queer nem a inventora do gênero como construção social. O que está em pauta são os fins da democracia.

 

4) Saturação nossa de cada dia, por Carla Rodrigues (19 de junho)

É como uma cor muito saturada e, por isso, quase ofuscante, que tenho passado os dias, as semanas e talvez os meses, cansada e repleta de estímulos que, por excessivos, já não me dizem mais nada.

 

3) O espetáculo da guerra, por José Geraldo Couto (28 de julho)

Vamos falar de Dunkirk, o novo filme do controverso Christopher Nolan, que se debruça sobre um célebre evento da Segunda Guerra Mundial: a retirada por mar de soldados britânicos e franceses encurralados pelas forças alemãs na cidade de Dunquerque, no norte da França.

 

2) O maior pintor do Brasil, por Rafael Cardoso (16 de março)

Provocou inveja e amargura, em certo meio mais do que restrito, a declaração de Luiz Zerbini de que Elvis Almeida seria “no momento, o maior pintor do Brasil”. O comentário conseguiu desagradar tanto a artistas veteranos, que se acharam preteridos, quanto a outros mais novos, que gostariam de ter sido alvo de um elogio tão público. Não pretendo entrar minimamente no mérito dessa questão. O que se quer discutir aqui é outra coisa: a quem serve esse processo de lançar uma nova promessa?

 

1) Luto e barbárie, por Carla Rodrigues (3 de fevereiro)

Somos um país sem tradição de luto público, o que de certa forma ajuda a explicar tanto descaso por determinadas vidas em detrimento de outras. Nada mais apropriado para refletir sobre as reações à morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia da Silva.

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