Eu vi um Brasil no cinema
José Geraldo Couto
06.09.18
A filmografia de Joaquim Pedro de Andrade é talvez a ponte mais completa e consequente entre o modernismo literário dos anos 1920 e o cinema moderno. Relativamente pouco numerosa, atualiza de modo crítico e inventivo a investigação sobre a identidade brasileira empreendida pelos modernistas da “fase heroica”, praticando uma antropofagia da antropofagia.
Poesia para bagunçar a cabeça
Guilherme Freitas
24.01.18
Poeta formado em matemática, cosmopolita radicado num vilarejo chileno, pensador anárquico que repudiava toda ideologia (inclusive o anarquismo), Nicanor Parra causava um misto de espanto e admiração a quem quer que tentasse decifrá-lo. Sua morte no último dia 23, com assombrosos 103 anos, encerra a aventura singular do inventor da “antipoesia”, menos um gênero literário do que uma postura de independência radical perante a literatura e a vida.
Lima Crispim, João Barreto
Bolívar Torres
05.09.17
Enquanto o mercado recebe várias publicações sobre Lima Barreto, o primeiro livro a colocar o autor como protagonista segue fora de catálogo. Editado em 1922, História de João Crispim, um roman à clef, é uma preciosidade esquecida e abandonada da nossa literatura, que Wilson Martins chamou de “o único retrato verdadeiramente vivo de Lima Barreto”. Por que essa importante peça do quebra-cabeças Lima Barreto continua tão esquecida, mesmo no ano da volta triunfal do escritor?
O meme, o soneto e o escorbuto
Victor Heringer
19.07.17
Victor Heringer mergulha na genealogia dos memes de internet para refletir sobre a relevância da poesia na sociedade contemporânea e descobre quem tomou o lugar de sonetos, trovas, rondós e cantigas.
Os grandes sóis violentos
José Geraldo Couto
27.04.17
“O sonho acabou; quem não dormiu no sleeping-bag nem sequer sonhou.” A frase da canção de Gilberto Gil talvez seja uma maneira de resumir em poucas palavras o espírito de No intenso agora. Qualquer descrição ou sinopse será empobrecedora e ilusória, inclusive esta: o documentário de João Moreira Salles, exibido no Rio e em São Paulo no festival É Tudo Verdade, organiza e discute imagens filmadas na China maoísta de 1966, na França de maio de 1968, na Tchecoslováquia da Primavera de Praga e no Brasil da ditadura militar.
Firme no Leme
Equipe IMS
06.06.16
Que se cuide o Carlos Drummond de Andrade sentadinho naquele banco quase na outra ponta de Copacabana. Em pose parecida com a do poeta – de pernas cruzadas e de costas para o mar – Clarice Lispector também ganhou réplica em bronze acomodada na mureta do Leme. E logo nos primeiros 20 dias integrada à paisagem, a primeira estátua de artista mulher no Rio, se não chegou a superar, deve ter igualado o recorde de Drummond em número de selfies com passantes.
Dia D estátua
Equipe IMS
27.10.15
Inaugurada às vésperas do centenário do poeta, em outubro de 2002, a estátua de Drummond na av. Atlântica, no Rio de Janeiro, foi criada por Leo Santana a partir de um retrato do fotógrafo Rogério Reis. Os flagrantes do carinho especial de cariocas e turistas com o Drummond de bronze já superam em muito os constantes atos de vandalismo.
Morre o poeta Manuel Graña Etcheverry, genro de Drummond
Equipe IMS
27.05.15
O poeta e tradutor argentino Manuel Graña Etcheverry morreu nesta quarta (27), aos 99 anos. Ele foi genro de Carlos Drummond de Andrade, de quem transpôs muitos poemas para o espanhol. Teve três filhos com Maria Julieta Drummond de Andrade. Como político em seu país, notabilizou-se como relator da lei que instituiu o voto feminino em 1947.
Sabadoyle: o último salão literário
Elvia Bezerra
10.11.14
No dia 25 de dezembro de 1964 nascia, de maneira curiosa, no Rio de Janeiro, o último salão literário do Brasil. Grêmio literário? Academia paralela? Ninguém melhor que Drummond, o fundador involuntário, para definir as reuniões “em que se esquecem preocupações e tédios, no exercício desta coisa que se vai tornando rara ou impossível na cidade de hoje: a conversa".
Manuel Bandeira: a vida inteira
Elvia Bezerra
19.04.14
No aniversário do poeta, a coordenadora de literatura do IMS relembra as casas onde ele morou e os poemas que elas inspiraram. O cenário doméstico e a vida da vizinhança foram matéria importante na obra de Bandeira, que desenhou para o colega Mario Quintana um mapa do entorno de sua casa, na Lapa. O desenho está no acervo do artista gaúcho, no IMS.