O IMS lamenta a morte, nesta quarta (27), do poeta e tradutor argentino Manuel Graña Etcheverry, genro de Carlos Drummond de Andrade. O acervo de Drummond está sob a guarda do Instituto.
Manolo, como era conhecido, morreu aos 99 anos na cidade de Déan Funes, na província de Córdoba, região onde nasceu. Deixa três filhos de seu casamento com a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade: Carlos Manuel, Luis Mauricio e Pedro Augusto
Ele traduziu muitos poemas de Drummond – que considerava as versões do genro as melhores para o espanhol dadas à sua obra.
O relacionamento entre os dois começou em setembro de 1949, quando Manolo escreveu uma carta falando do seu desejo de se casar com Maria Julieta. Ele tinha 33; ela, 21. Haviam se conhecido numa recepção na Embaixada da Argentina, no Rio, e se apaixonaram.
Drummond resistiu no primeiro momento, mas foi convencido por Maria Julieta, que utilizou como arma um verso do próprio pai: “Depressa, que o amor não pode esperar!”. Os dois, genro e sogro, acabaram por se tornar grandes amigos.
Manolo também era advogado e foi deputado na Argentina, notabilizando-se como relator da lei que instituiu o voto feminino em 1947. No ano seguinte, desgostoso, abandonou a política.
Em 2012, a Companhia das Letras lançou no Brasil a sua Antologia Hede, que ele classificava como um “manual da literatura fantástica” sobre a poesia de um povo fictício.
No acervo de Drummond no IMS, estão alguns livros de Manolo enviados aos sogros com dedicatórias.