Morre o poeta Manuel Graña Etcheverry, genro de Drummond

Literatura

27.05.15

O IMS lamenta a morte, nesta quarta (27), do poeta e tradutor argentino Manuel Graña Etcheverry, genro de Carlos Drummond de Andrade. O acervo de Drummond está sob a guarda do Instituto.

Manolo, como era conhecido, morreu aos 99 anos na cidade de Déan Funes, na província de Córdoba, região onde nasceu. Deixa três filhos de seu casamento com a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade: Carlos Manuel, Luis Mauricio e Pedro Augusto

Ele traduziu muitos poemas de Drummond – que considerava as versões do genro as melhores para o espanhol dadas à sua obra.

O relacionamento entre os dois começou em setembro de 1949, quando Manolo escreveu uma carta falando do seu desejo de se casar com Maria Julieta. Ele tinha 33; ela, 21. Haviam se conhecido numa recepção na Embaixada da Argentina, no Rio, e se apaixonaram.

Drummond resistiu no primeiro momento, mas foi convencido por Maria Julieta, que utilizou como arma um verso do próprio pai: “Depressa, que o amor não pode esperar!”. Os dois, genro e sogro, acabaram por se tornar grandes amigos.

Manolo também era advogado e foi deputado na Argentina, notabilizando-se como relator da lei que instituiu o voto feminino em 1947. No ano seguinte, desgostoso, abandonou a política.

Em 2012, a Companhia das Letras lançou no Brasil a sua Antologia Hede, que ele classificava como um “manual da literatura fantástica” sobre a poesia de um povo fictício.

No acervo de Drummond no IMS, estão alguns livros de Manolo enviados aos sogros com dedicatórias.

Dedicatória no livro Poemas para físicos nucleares.

Dedicatória em La ley del voto femenino.

 

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