Substituir José de Alencar, por exemplo
Paulo Raviere
14.11.18
Nas escolas a leitura é desvinculada do cotidiano, mas quem lê por prazer frequenta ao mesmo tempo obras díspares: o Rubaiyat convive com os ensaios de Lamb, Charlie Chan Hock Chye e a nova temporada do Demolidor na Netflix. Assim seria possível misturar gêneros, mídias, lugares e épocas conforme a conveniência, aproximando o estranho do habitual, o erudito do popular – como na “vida real”.
Ser ou não ser canônico
Tiago Ferro
11.09.18
Se é possível questionar autores canônicos, talvez seja justo investigar o que o próprio cânone soterrou de mais radical. Assim podemos valorizar autores excluídos até aqui e revalorizar autores incensados por motivos equivocados ou laterais.
Era Hilda Hilst feminista?
Carla Rodrigues
16.07.18
A homenageada da Flip 2018 talvez tenha sido feminista antes de o feminismo se estabelecer como militância política, antes mesmo de o termo vir a designar essa ampla gama de reivindicações de direitos das mulheres sobre seus corpos, seus sexos, suas vidas.
Temporal sobre o Nobel
Tiago Ferro
22.05.18
Não haverá entrega do Prêmio Nobel de Literatura em 2018. Esse vazio permite uma pausa para estranharmos alguns aspectos da sociedade contemporânea. Em 2016 Bob Dylan seria agraciado com o Nobel de Literatura, e aqui tento avaliar algumas questões formais dessa escolha e como ela tensiona o campo literário.
Mulheres, sem espanto ou desdém
Camila von Holdefer
19.04.18
Projetos e ações que incentivam a leitura de literatura produzida por mulheres têm sido onipresentes. Alguns pontos, no entanto, podem ser ajustados. Partindo de uma leitura de Siri Hustvedt, Camila von Holdefer discute o que ainda precisa ser feito.
Teoria geral do abandono literário
Luisa Geisler
13.03.18
Como escritor, é difícil definir quando um devaneio se torna um projeto. Quando uma ideia que ocorre no chuveiro de fato vira algo a ser escrito. E quando escrito, ou projetado, é difícil estabelecer quando se define que é viável. E existe um momento em que o escritor, ao devanear, por mais que queira escrever, decide que não, não é viável. Este momento me interessou. Saí à procura da teoria do fracasso/sonho/inacabado literário perfeito.
Sobre Victor Heringer
Equipe IMS
08.03.18
O poeta, prosador e ensaísta Victor Heringer nos deixou em 7 de março de 2018. Como pequena homenagem, o Blog do IMS convidou amigos, colegas e admiradores a concederem depoimentos curtos, aqui publicados na companhia de alguns de seus trabalhos.
O inominável atual
Kelvin Falcão Klein
05.02.18
Todo leitor dedicado tem seus autores de estimação, aqueles que acompanha, que busca ler na íntegra. No meu caso, o italiano Roberto Calasso é, sem dúvida, um deles. Um dos principais atrativos de sua escrita é a capacidade que tem de fazer do leitor uma sorte de participante. Trabalhando a partir de lacunas e elipses, faz o leitor preencher os espaços vagos a partir do próprio repertório (como a antiga máxima que diz que a música se dá nos silêncios entre uma nota e outra).
“Evocação do Recife”, uma leitura
Equipe IMS
29.01.18
Para Elvia Bezerra, coordenadora de literatura do IMS, o privilégio de quem assiste à aula de Eucanaã Ferraz sobre o poema "Evocação do Recife", de Manuel Bandeira, agora disponível em vídeo aqui no Blog, "é descobrir, e sentir, com ele, o quanto a geografia pessoal de Bandeira se universaliza e, por isso mesmo, nos comove".
Poesia para bagunçar a cabeça
Guilherme Freitas
24.01.18
Poeta formado em matemática, cosmopolita radicado num vilarejo chileno, pensador anárquico que repudiava toda ideologia (inclusive o anarquismo), Nicanor Parra causava um misto de espanto e admiração a quem quer que tentasse decifrá-lo. Sua morte no último dia 23, com assombrosos 103 anos, encerra a aventura singular do inventor da “antipoesia”, menos um gênero literário do que uma postura de independência radical perante a literatura e a vida.