José Geraldo Couto

A roda da fortuna

José Geraldo Couto

02.01.18

Há quem encare um novo filme de Woody Allen como uma espécie de evento anual inevitável, mais ou menos como a corrida de São Silvestre ou o especial de fim de ano de Roberto Carlos. Pode até ser. Mas, em contraste com a previsibilidade dos outros exemplos citados, cada novo trabalho do diretor nova-iorquino traz sempre alguma coisa a ser descoberta, algum matiz inexplorado anteriormente, uma maneira diferente de abordar os mesmos velhos temas. Como todo artista que encontrou há tempos a sua voz, ou a sua caligrafia, Allen é sempre igual a si mesmo, e sempre diferente.

Notícias de um ano particular

José Geraldo Couto

22.12.17

Do ponto de vista do público, não foi um ano dos mais memoráveis para o cinema. Não disponho dos dados, e muito menos da competência, para analisar tendências de mercado. Por isso, nesta última coluna do ano, vou me limitar a comentar alguns fenômenos que me chamaram a atenção e a destacar alguns filmes marcantes.

Os dez mais de 2017

Equipe IMS

20.12.17

Dezembro chegando ao fim, hora de recapitular os dez posts mais lidos no Blog do IMS neste ano de 2017. Carla Rodrigues, Rafael Cardoso, José Geraldo Couto e Camila von Holdefer estão na lista.

Escória rebelde

José Geraldo Couto

15.12.17

Nada como um blockbuster de primeira linha (e de primeira hora, se pensarmos na origem da série) para terminar um ano que não foi lá dos mais animadores em matéria de cinema. Estou falando, é claro, de Os últimos jedi, o mais novo episódio da saga Star Wars. É o oitavo exemplar da série, e um dos melhores.

A transparência do sonho

José Geraldo Couto

08.12.17

Um clássico é uma obra que continua viva ao longo do tempo, e que é recebida de uma maneira diferente a cada geração. É o caso de A bela da tarde (1967), de Luis Buñuel, que volta aos cinemas do país em cópia restaurada meio século depois da estreia. É provável que seu impacto hoje seja bem diferente.

O diretor Frederico Machado

Cinema de corpo e alma

José Geraldo Couto

01.12.17

Em destaque, dois novos filmes brasileiros – Lamparina da aurora, de Frederico Machado, uma imersão sem freios no estranho universo poético do diretor, e Antes o tempo não acabava, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo, realizado em Manaus e centrado na trajetória de um jovem índio aculturado – e a mostra do francês Jean-Pierre Melville no IMS.

Rio de sangue

José Geraldo Couto

24.11.17

Não devore meu coração, de Felipe Bragança, é um filme desconcertante. Sua originalidade começa na ambientação geográfica e se estende ao roteiro e à construção formal. É faroeste, filme de gangue de moto, romance de formação, fábula política, história de amor, alegoria histórica, tudo misturado. Outro filme belo e estranho, mas numa direção diferente, é o português Colo, de Teresa Villaverde.  Os assuntos são deprimentes, mas o frescor e o vigor com que a diretora os plasma em cinema são animadores.

O diretor Pablo Giorgelli

A política do corpo

José Geraldo Couto

17.11.17

No momento em que o Congresso brasileiro ameaça criminalizar todas as formas de aborto, inclusive em casos de estupro ou de ameaça à vida da gestante, poucos filmes serão tão atuais e pertinentes quanto Invisível, do argentino Pablo Giorgelli. Mas não é só por isso que ele merece ser visto.

O valor do riso

Camila von Holdefer

26.10.17

Nem sempre é fácil empregar o humor como ferramenta da militância feminista. Fazer rir, e rir de si mesma, tomar para si toda a dimensão do riso, é botar as coisas em seus devidos lugares e as mudanças em marcha. Que alguns homens não vejam graça nenhuma nisso não é problema nosso.

Além da globochanchada

José Geraldo Couto

29.09.17

De quando em quando surge no cinema brasileiro uma comédia que escapa da vala comum das franquias mais previsíveis e vulgares da Globo Filmes (as chamadas “globochanchadas”) e esboça uma revitalização ou ao menos um arejamento do gênero. A aposta do momento é Divórcio.