Em nome da filha
Caco Ishak
31.05.17
Escrito em junho de 2016, o trecho abaixo é o prólogo do meu próximo romance, ainda sem nome definitivo, que tem como temas principais a alienação parental e a legalização das drogas. Como pano de fundo, a disputa pelo controle do narcotráfico dos anos 1970 até os dias de hoje, em especial na região amazônica, a corrupção nos Três Poderes e o estado policial rumo ao qual caminhamos.
Contar uma boa história
Camila von Holdefer
29.05.17
Nada no clamor para que autores voltem a “contar uma boa história” faz sentido. Mesmo a literatura comercial, ainda que sem qualquer engenho e de forma torta e tênue, diz algo sobre si mesma. Quando autores dispostos a experimentar com a literatura de gênero deslocam o foco da resolução para a investigação, não raro o resultado é instigante. Quase todas as experiências revelam a relação complexa, mas estreita, entre investigação e signos, linguagem, literatura.
A ruína da mente adolescente
Victor Heringer
22.05.17
Se nos fosse dado escolher um autor como farol da imaturidade, um olho mal-humorado fixo nesta terra de memes e videoclipes tumultuados por bundas e carros possantes, Witold Gombrowicz seria o mais apropriado. Sua ficção lida como nenhuma outra com a transição entre a criança e o adulto, e com as cicatrizes que ela pode deixar no corpo envelhecido. O último filme de Andrzej Żuławski foi uma adaptação de Cosmos, romance de 1965, o último que Gombrowicz escreveu. Żuławski lançou o filme em 2015 e morreu em 2016; Gombrowicz, em 1969. Poderíamos tentar ler um significado nessa coincidência de fins de linha, mas é melhor não.
Família
Silviano Santiago
16.05.17
Todo mês, a seção Primeira vista traz textos de ficção inéditos escritos a partir de fotografias selecionadas no acervo do Instituto Moreira Salles. O autor escreve sem ter informação nenhuma sobre a imagem, contando apenas com o estímulo visual. Neste mês de maio, Silviano Santiago foi convidado a escrever sobre uma foto de Chichico Alkmim.
Antonio Candido (1918-2017)
Equipe IMS
12.05.17
Antonio Candido foi, segundo Paulo Roberto Pires, “o mais elegante dos transgressores. Encarnou um Brasil que hoje, no momento de sua morte, é empurrado para o obscurantismo e o conservadorismo”. Leia também nota de Elvia Bezerra lembrando dois breves encontros com o crítico literário, que entre 1992 e 2008 foi Conselheiro do Instituto Moreira Salles. Ainda neste post, artigo, carta e vídeo de Candido, que morreu na madrugada do dia 12 de maio, aos 98 anos.
Eduardo Portella inédito
Equipe IMS
05.05.17
A vida pública de Eduardo Portella (1932-2017) eclipsou o fino intelectual que ele foi. Em tudo e por tudo, era excelente conversa, como se confirma nestes trechos de um depoimento inédito ao IMS, conduzido em 2014 por Beatriz Resende, Alberto Pucheu e Paulo Roberto Pires.
Intimidade entre traço e desejo
Christian Schwartz
03.05.17
Qualquer leitor que algum dia tenha se encantado por Virginia Woolf não deixará de reconhecê-la como uma escritora – na falta de adjetivo menos gasto – intimista. Para quem saiba reconhecer os delicados sinais da intimidade, não será difícil se encantar igualmente pela pintura da irmã mais velha de Virginia, Vanessa Bell (1879-1961) – pela primeira vez exposta em extensa retrospectiva com cerca de uma centena de obras na Dulwich Picture Gallery, em Londres.
Cemitério do Araçá
Noemi Jaffe
12.04.17
A seção Primeira Vista publica todo mês textos inéditos de ficção, escritos a partir de fotografias selecionadas no acervo do Instituto Moreira Salles. O autor escreve sem ter informação nenhuma sobre a imagem, contando apenas com o estímulo visual. Neste mês de abril, Noemi Jaffe foi convidada a escrever sobre uma foto de Claude Lévi-Strauss.
Vinicius e Susana em Bolonha
Equipe IMS
23.03.17
O DVD de Vinicius de Moraes, um rapaz de família, documentário de Susana Moraes lançado pelo IMS em versão restaurada e masterizada digitalmente, está entre os finalistas do XIV Il Cinema Ritrovato DVD Awards.
A arte de perguntar
Guilherme Freitas
21.03.17
Para Robert Silvers, morto na segunda aos 87 anos, a The New York Review of Books era uma extensão da própria casa. Para não deixar dúvidas, ele mantinha uma cama nos fundos do escritório.