A convite do blog do IMS, a professora e artista plástica Madalena Hashimoto reflete sobre um rico material pertencente ao acervo do IMS e disponibilizado em publicação do Instituto com organização sua: as estampas ukiyo-e, bastante representativas dos entretenimentos dos moradores de cidades japonesas entre os séculos XVII e XIX. De maneira mais ampla, ukiyo-e pode ser traduzido como “pinturas do mundo flutuante”, ou seja, de um mundo “efêmero, que muda a toda hora” e deve ser desfrutado “hoje e agora”. A admiração de pintores ocidentais, o teatro kabuki e a dominação dos samurais são alguns dos temas tratados nestes vídeos.
Bloco 1: A arte do efêmero
Inicialmente, Madalena Hashimoto esclarece sobre o conceito ukiyo-e e sua “finalidade prática”. Sobre o interesse de artistas ocidentais por essas estampas, cita Monet e Van Gogh como colecionadores dessa arte que era então vista como “exótica”. A extensão do acervo pertencente ao IMS e seus criadores – cujos nomes artísticos “mudam como as águas” – são tratados também nesta primeira parte.
Bloco 2: Retratos e paisagens
Neste segundo segmento, duas tópicas importantes são analisadas: figuras-bonitas e locais-famosos. A primeira, um gênero bastante popular, não se restringe apenas à imagem feminina, embora esta predomine e esteja ligada à área de prazeres. Se estas podem ser associadas ao nosso retrato, os locais-famosos representariam as paisagens.
Bloco 3: O teatro kabuki
Madalena Hashimoto prossegue seu amplo estudo pontuando características do teatro kabuki: a relação palco e plateia nesse gênero comparada com a postura tradicional do ocidente; a importância dos atores (superior a dos dramaturgos); a atuação exclusiva de homens, mesmo no papel de mulheres. Sobre essas estampas especificamente, há uma profusão de detalhes que revelam a riqueza do teatro kabuki e do teatro de bonecos.
Bloco 4: O sumô, a honra e a errância
Antes interpretado como luta, dança ou cerimônia e hoje identificado como esporte, o sumô é “uma oferenda aos deuses”. Duas figuras do acervo do IMS servem de mote neste bloco para a avaliação de Madalena Hashimoto. O emprego da paródia em algumas estampas e a questão da ética e defesa da honra pelos samurais fecham o quarto bloco.
Bloco 5: Fantasmas, monstros e ocidentalização
As histórias de fantasmas são influência direta da cultura chinesa, que incidiram nas tematizações do teatro kabuki. Ocupam as preocupações deste último bloco as figuras de livros e álbuns, os poemas cômicos e a ocidentalização japonesa em sua “época iluminada” (o período Meiji), quando se absorvem procedimentos de outras culturas – sobretudo a dos Estados Unidos – em detrimento da própria tradição.