Lugar nenhum, exposição de 56 obras que o Instituto Moreira Salles abre no Rio de Janeiro em 2 de março, apresenta fotografias e pinturas de oito artistas brasileiros contemporâneos: Ana Prata, Celina Yamauchi, Lina Kim, Luiza Baldan, Marina Rheingantz, Rodrigo Andrade, Rubens Mano e Sofia Borges. Conheça um pouco mais a trajetória e a obra destes artistas:
Grande circo, 2011. Ana Prata.
Ana Prata: a artista não pinta as coisas, mas as imagens das coisas: Sete Lagoas (2012) é um cartão postal, Grande circo (2011) é uma transmissão televisiva, Rua (2012) se parece com uma foto tirada de um celular. Seu processo criativo, rápido e diversificado, aproxima sua pintura da versatilidade própria da fotografia.
Sem título (série Sans), 2012. Celina Yamauchi.
Celina Yamauchi adota a fotografia em branco e preto como tema, mais do que como meio. Serão apresentadas 12 imagens produzidas entre os anos de 2011 e 2012, todas com planos muito fechados, com a câmera apontada para o chão para um canto ou para uma parede. A artista fotografa com câmera digital e, posteriormente, elimina as cores da imagem. O resultado são cenas de um colorido tênue e delicado. São as imagens mais intimistas da exposição.
Sem título, 2003 – 2006. Lina Kim.
– Lina Kim: as obras expostas fazem parte da série Rooms (2003-2006), um de seus únicos trabalhos exclusivamente fotográficos. São três imagens de instalações – hoje abandonadas – do Exército Soviético, na antiga Alemanha Oriental.
Sem título (série Lagos), 2004 – 2007. Luiza Baldan.
Luiza Baldan: serão exibidas fotografias das séries Lagos (2004-2007), De murunduns e fronteiras (2010), Insulares (2010), Pinturinhas (2009-2012), A uma casa de distância da minha (2012) e Diário urbano (2004-2012). “A artista procura as diagonais que conduzem o olhar, os objetos próximos às margens do enquadramento, as coisas que andam em pares, como se dialogassem”, analisa Mammì.
Pelada caipira, 2011. Marina Rheingantz.
Marina Rheingantz: para Lorenzo Mammì, “se há uma pintora do terrain vague, é ela. (…) Os seis óleos sobre tela apresentados nessa exposição não apenas representam terrenos baldios, lugares abandonados em que a história continua correndo, ainda que num ritmo mais lento: eles são um desses lugares, se comportam como eles”.
Ponte ao entardecer, 2011. Rodrigo Andrade.
Rodrigo Andrade: o artista também trabalha a partir de fotografias retiradas da internet, de mídias impressas ou de seu arquivo pessoal. Em uma das telas apresentadas na mostra, ele faz referência a uma fotografia do japonês Daido Moriyama. Rodrigo Andrade transpõe imagens fotográficas para a tela por meio de uma pintura sofisticada e diversa para, em seguida, cobrir parte dessa pintura com camadas espessas de tinta à óleo.
conflito em risco, 2013. Rubens Mano.
Rubens Mano apresenta dois dípticos, um deles é “Entre”, que retrata uma construção abandonada já prestes a ser reabsorvida pelo mato. Há em Lugar nenhum mais quatro imagens de sua autoria, entre elas “Construção da paisagem” (2010), que deriva de uma intervenção feita no Museu de Belas Artes de Córdoba, na Espanha. O artista trabalha com registros de cenas que encontra ou modifica fisicamente os lugares (pintando ou destruindo parte de construções) antes de fotografar.
Coelho, 2012. Sofia Borges.
Sofia Borges fotografa objetos e lugares, mas também reproduz fotografias de família, imagens de livros, painéis explicativos de museus científicos. Ela apresenta imagens de diferentes naturezas lado a lado, confundindo suas origens e usos. Seu trabalho investiga e questiona a fotografia como representação da realidade. “Há uma fotografia de Sofia Borges que talvez possa ser tomada como mote dessa exposição: nela, uma menina, diante de uma parede cheia de fendas ao ponto de parecer um mapa hidrográfico, aponta para outra menina uma cortina espessa de ciprestes. Não sabemos o que vê nela, ou o que imagina que esteja atrás dela”, analisa Loranzo Mammì.