Maria Rita Kehl

O que vai acontecer?

Maria Rita Kehl

08.06.11

A correspondência pública que começou com uma forte desavença privada (não conto qual foi, mas gosto de atiçar a curiosidade do leitor) parece que nos tornou mais amigos, e nossa amizade, mais amorosa. Deve ser este o sentido das cerimônias de casamento: ao convocar testemunhas para um compromisso amoroso particular, os noivos talvez sintam-se mais ligados um ao outro.

A poesia é a voz frágil da gente

Maria Rita Kehl

01.06.11

Não sei se ainda existe lugar no panorama contemporâneo para o poeta ingênuo, no sentido que lhe atribuiu Schiller, em oposição ao - não entendo bem a escolha do termo - sentimental.

Só vai sobrar a lua cheia

Maria Rita Kehl

25.05.11

Já escrevi contra o projeto do Aldo Rebelo quando tinha a coluna no Estadão. Todos sabemos o quanto o projeto é lamentável, quanto é cínica a alegada defesa dos pequenos proprietários - que só favorecerá os grandes - feita pelo deputado do PC do B. Ele sabe disso, também. Já reparou na expressão constrangida, envergonhada mesmo, que ele tem nas fotos e entrevistas na TV, desde que encampou a bandeira da devastação do que restou de verde no interior do Brasil?

Infância paulistana

Maria Rita Kehl

18.05.11

Da última vez, prometi que na carta seguinte, esta aqui, tentaria reproduzir a experiência olfativa e epidérmica da minha São Paulo dos anos 1950, durante a chamada primeira infância.

O Rio proustiano

Maria Rita Kehl

11.05.11

Se é assim, meu proustiano do coração, vamos às reminiscências. Tento recuperar as lembranças de minha primeira chegada ao Rio. Eu tinha oito anos. Viajamos no Ford 1953 cujo apelido familiar era: William.

O Rio não para de chegar

Maria Rita Kehl

04.05.11

Engraçado te escrever uma carta dias depois de ter conversado tanto tanto com você e Cri, aí no Rio, do nosso jeito: na copa enquanto o molho apurava no fogão, a portas fechadas, depois passando para a sala de jantar, e a de "visitas" - estranho a permanência desse nome no espaço mais generoso da casa, mas não aceito chamá-lo de living - e ainda na calçada à espera do táxi,  perto do cocô do cachorro, até os 47 minutos do segundo tempo.

A preguiça do samba

Maria Rita Kehl

27.04.11

Acabo de ler a série de poemas sobre o corpo. Ainda bem que tenho um pouco de tempo (tempo...) de silêncio em mim depois da sua poesia e antes da próxima sessão. Conheço todos eles, dos respectivos livros. Mas o impacto de ler todos seguidos é grande.

Perecíveis e descartáveis

Maria Rita Kehl

20.04.11

Talvez você não queira saber do que te digo: apesar do rebarbativo Gullar ser bem mais velho que você, no meu ranking pessoal você é o mais importante poeta brasileiro vivo. Mas, te dou razão: talvez julgar poesia seja muito mais difícil do que julgar prosa.