Aldir Blanc

Contra a urucubaca e o escárnio

Aldir Blanc

10.11.11

Minha carta passada recebeu dois tipos de reclamação: um verdadeiro irmão ficou triste porque eu não escrevi o nome de seu time, o Flamengo. Quero esclarecer que não tenho problemas com o Flamengo, mas sim com a canalha que se apropriou da brincadeira Fla-Madri para faturar um troco. Eu sei quanto fui zoado. Talvez alguns não lembrem que o jogo Vasco x Real Madri foi de manhã cedo. O volante Nasa, provando definitivamente para que servem os tais cabeças de área, jogou contra o patrimônio.

Palavras das caravelas

Arthur Dapieve

07.11.11

Ah, o Aldo Rebelo... Ele é uma das minhas referências na política. Observo atentamente as suas posições - e assumo a posição diametralmente oposta. Com a ida dele para o Ministério dos Esportes, descobri que devo fazer oposição não apenas às Olimpíadas e à Copa, mas a qualquer tipo de desporto ou atividade física, sobretudo se envolver alguma ONG. Vou doar o tênis da caminhada a um comunista carente.

Não ganharemos a Copa em casa

Aldir Blanc

03.11.11

Um amigo foi a São Paulo ver um jogo e ficou o tempo todo prestando atenção em Adilson Já-Caiu. Meu amigo, com papel e lápis, fazia um pauzinho para cada "instrução" do elogiado técnico (as torcidas que o brindaram com diversos nomes podem confirmar quanto ele foi elo- giado...). (...) Para resumir esses excelentes salários que não coincidem com a realidade em campo, podemos citar a figura zen do Enrolador-Mor: Mano Menezes. À exceção de raras jogadas individuais, ainda não consegui ver N-A-D-A na seleção (...). Não ganharemos a Copa em casa - até porque a casa não é nossa. Trata-se de um aparelho do PC do B.

Valium 10, o futebol

Aldir Blanc

27.10.11

Bom, vamos ao meu valium 10 (menos quando joga o Vasco), o futebol. Sou um torcedor heterodoxo, supercrítico. Meu pai me levou desde pequeno ao Maracanã. Comprou uma bandeirinha do Vasco pra mim. Era minúscula, em formato de flâmula. Embora as arquibancadas fossem em degraus, toda vez que eu ameaçava levantar a bandeira, ele cortava: - Abaixa isso pra não atrapalhar a visão de quem está atrás. Pra que dar uma bandeira a um garoto se ele não pode balançá-la?

Os caminhos da liberdade

Sérgio Sant'Anna

01.08.11

E vou fazer uma confissão. Quando fui demitido da Petrobras por subversão, logo após o Golpe de 64, houve um lado meu que se sentiu aliviado. Como não fui preso ou sofri violências físicas, pensei: agora, quem sabe, vou poder escrever. E, de fato, tendo o meu pai amigos influentes, consegui um emprego na Justiça do Trabalho, de meio horário, tudo o que um aspirante a escritor poderia pedir.

A mão inteira da escrita

Armando Freitas Filho

06.06.11

Acabo de ver sua carta agora. Jantei, revi um filme de vampiro sueco excelente (Deixa ela entrar) e me sentei aqui, ainda com gosto de sangue na boca, e dei com ela em plena madrugada. O introito de cima acabou combinando com o que você fala sobre poesia. Concordo com tudo ou quase. A variação, mais do que discordância, se dá sobre a inspiração, mais modo de ser do que outra coisa. Sou assim com tudo.

O inferno são os outros

Armando Freitas Filho

30.05.11

O Brasil, às vezes desespera, não é mesmo? Há quanto tempo a gente vai acompanhando o nosso país! Como o nosso grande Vinicius de Moraes em "Pátria minha": "A minha pátria é como se não fosse, é íntima/ Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo/ É minha pátria"

Só vai sobrar a lua cheia

Maria Rita Kehl

25.05.11

Já escrevi contra o projeto do Aldo Rebelo quando tinha a coluna no Estadão. Todos sabemos o quanto o projeto é lamentável, quanto é cínica a alegada defesa dos pequenos proprietários - que só favorecerá os grandes - feita pelo deputado do PC do B. Ele sabe disso, também. Já reparou na expressão constrangida, envergonhada mesmo, que ele tem nas fotos e entrevistas na TV, desde que encampou a bandeira da devastação do que restou de verde no interior do Brasil?