É por essas e por outras que eu te disse: não tenho medo de avião, mas de aeroporto. Não há avião que caía eternamente, mas aeroporto pode ser para sempre. Uma espécie de purgatório cheio de engravatados, lepitópis e peruas emperiquitadas, recendendo a pão de queijo (o lugar, não as peruas). Antigamente, devo confessar, eu achava o clima nos aeroportos sensual e romântico, prenhe de sugestões de sexo subsônico e destinos alternativos. Devo ter visto muito ou Emmanuelle ou Casablanca. Hoje, a impressão é de praticar sexo solitário: sempre me ferro. Daí meu medo de aeroporto.
Diálogo com taxista parisiense – por Bernardo Carvalho
Passageiro: vou para a rua du Bourg Tibourg, no Marais, por favor.
Motorista: Onde fica?
Passageiro: No Marais.
Motorista: Você sabe que o Marais é um bairro de gays?
Passageiro: É?
Motorista: Você é gay?
Passageiro: Sou.
(Mantendo uma das mãos no volante, o motorista se vira para trás e olha para o passageiro, com uma expressão de felicidade e escárnio.)
O cinema falado de Martin Scorsese
O filme de hoje é um livro, mas um livro que contém muitos filmes: Conversas com Martin Scorsese (Cosac Naify/Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, tradução de José Rubens Siqueira). É um catatau de mais de 500 páginas de entrevistas do diretor ao crítico e também cineasta Richard Schickel. Amigos há décadas, profundos conhecedores do cinema americano e de sua história, os dois passam em revista toda a cinematografia de Scorsese, tendo como panos de fundo a biografia do diretor e as transformações atravessadas pelo cinema nos últimos cinquenta anos. Vale por um curso.
Homenagem a Nelson Cavaquinho – show
No dia 27 de outubro de 2011, o IMS-RJ apresentou um show com o repertório de Nelson Cavaquinho interpretado por Moacyr Luz e Gabriel Cavalcante. Entre as composições, estavam “Rugas”, “Folhas secas” e “A flor e o espinho”. Veja aqui na íntegra essa homenagem, que faz parte da série produzida pelo IMS, iniciada em 2010, que celebra grandes artistas da música brasileira.
Carlos Lyra canta “Pobre menina rica”
Em 8/11/11, o Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro apresentou o show Carlos Lyra canta Pobre menina rica. Foram interpretadas as 11 canções do disco de 1964 compostas por Vinicius de Moraes e Carlos Lyra, que, no show do IMS, foi acompanhado por Cris Delanno. Este show (aqui na íntegra) faz parte da série produzida pelo IMS, iniciada em 2010, dedicada a grandes discos da música popular brasileira.
Em matéria de monstro
Antes da esculhambação que darei num (in)certo poder de nossa pátria amada, ficaram faltando dois causos envolvendo aviões: na década de 70, em plena ditadura, João Bosco e eu passávamos pela vistoria de bagagem no aeroporto de Manaus, Zona Franca em todos os sentidos. Eu havia comprado uma pequena filmadora. Durante a revista, apareceu um sujeito grandalhão, de terno, com bigodes de Zapata, e mostrou a carteira de policial: – João Bosco e Aldir Blanc? Amigo, não sei o que o João sentiu. Para mim, foi igual ao momento gelado na coluna quando foi aplicada a morfina, antes de minha cirurgia de fêmur.
Desarticulações – Regina Braga lê Sylvia Molloy
Este vídeo foi gravado no Centro Cultural do Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro, no lançamento da nona edição da revista serrote (9/11/2011). Aqui, Regina Braga faz a leitura do ensaio “Desarticulações”, da argentina Sylvia Molloy. O mesmo texto foi lido pela atriz no lançamento da revista em São Paulo.
Homenagem a Nelson Cavaquinho – debate
Este vídeo traz um encontro que se realizou no dia 25 de outubro de 2011, no IMS-RJ. Os jornalistas Sérgio Cabral e João Pimentel e o escritor José Novaes (autor do livro Nelson Cavaquinho: luto e melancolia na MPB) participaram de uma mesa-redonda sobre o compositor Nelson Cavaquinho organizada pelo Museu da Imagem e do Som (MIS-RJ), mediada por Rosa Maria Araújo, presidente do MIS-RJ.
Tradição e tradução – quatro perguntas a Rubens Figueiredo
Passageiro do fim do dia (Companhia das Letras), o oitavo livro do escritor carioca Rubens Figueiredo, já detém o posto de romance brasileiro mais premiado do ano. Vencedor dos prêmios São Paulo de Literatura e Portugal Telecom, o livro trata, com estilo enxuto e objetivo, da trajetória até um distante bairro na periferia de uma grande cidade, onde o protagonista em longos solilóquios passa em revista a sua vida e sua atual condição. Além de romancista, Rubens, que já ganhou dois Prêmios Jabuti, também se destaca como um dos mais importantes tradutores brasileiros contemporâneos.
Dia de Drummond – Giulia Gam e Paulo José leem poemas
Neste vídeo, os atores Giulia Gam e Paulo José leem poemas de Carlos Drummond de Andrade sob direção de Daniela Thomas. A apresentação se deu no IMS-RJ, no dia 31 de outubro – data que o Instituto Moreira Salles e parceiros consagraram como o Dia de Drummond.
