Tinhorão por Tinhorão

Durante dois dias, em 2013, o pesquisador e crítico musical José Ramos Tinhorão deu um longo depoimento para uma equipe do IMS apoiada por convidados como Janio de Freitas. O Blog do IMS apresenta agora, em vídeo, boa parte do que foi dito no primeiro dia. Tinhorão, cujo acervo está no instituto, participa da Flip 2015.

Sempre teremos Paris

Em Paris, capital da modernidade, do geógrafo inglês David Harvey, o leitor brasileiro vai encontrar a versão europeia do que foi a transformação do Rio de Janeiro no início do século XX, quando as avenidas foram alargadas, os pobres, afastados, e os espaços urbanos organizados em prol da ordem capitalista. Paris nos ajuda a entender que a passagem do antigo para o novo não se dá sem traumas, sem que o morador da cidade se sinta um estrangeiro, como se queixam os cariocas, sem saber mais que caminhos tomar para chegar a bairros tradicionais como o Centro.

Conversas na galeria: Antonio Edmilson Rodrigues

Como parte da série Conversas na galeria, que promove o encontro de críticos, professores e especialistas com o público nos espaços expositivos do IMS, Antonio Edmilson Rodrigues discutiu Um passeio pelo Rio, que exibe desenhos, aquarelas e gravuras acompanhando o trajeto de Joaquim Manuel de Macedo. Edmilson mostra a relação entre o romantismo, que difundiu uma ideia de civilização, e a capital fluminense. 

Labirintos de Kafka e Amilcar de Castro

Franz Kafka, em Carta ao pai, oferece um relato denso, emocionado, que expõe mais a confissão genuína do autor enquanto filho do que um projeto literário do escritor. A edição nacional da Companhia das Letras apresenta uma ilustração de Amilcar de Castro que dialoga com isso: como num rito de iniciação, o ilustrador antecipa ao leitor mais atento o conteúdo do livro: trama, drama, labirinto de uma relação familiar.

O gorila e o mundo vertiginoso de Belmonte

Depois de passar três anos na geladeira dos exibidores, O gorila (2012) chega aos cinemas. O filme de José Eduardo Belmonte, baseado em novela publicada de Sérgio Sant’anna, trata de questões centrais de nossa época: a invasão da privacidade, a pornografia virtual, a tênue fronteira entre o real e sua representação. O longa se destaca justamente quando deixa de haver diferença de espessura entre imaginação e fato.

Maureen Bisilliat e Mário de Andrade

Maureen Bisilliat recorda em vídeo a viagem que fez em 1985, pelo Norte do país, inspirada em O turista aprendiz, de Mário de Andrade. A Casa do IMS na Flip exporá imagens da jornada de cinco semanas e trechos do diário que a fotógrafa manteve. Ela estará em Paraty.

Aventuras desmemoriadas

O escritor nipo-britânico Kazuo Ishiguro, conhecido pelo realista Os resíduos do dia, surpreendeu seu público ao lançar, após um silêncio de dez anos, um livro de temática medieval e fantástica, com direito a dragões e ogros. Seu uso de elementos fantásticos foi considerado superficial por alguns, mas há muito o que celebrar no experimento do autor, que oferece novas perspectivas a um gênero que sempre corre o risco de cair na estagnação.

“Não corrijo, se arranje”

Mário de Andrade se tornou uma espécie de parceiro involuntário contra a obsessão por uma identidade nacional que informava tudo o que se queria fazer respeitar na cultura brasileira da minha juventude. Todo mundo evocava e ecoava Oswald de Andrade como o gênio da raça. E eu batia palmas, encantado com a genialidade publicitária de frases de efeito como “só a antropofagia nos une”. Até começar a desconfiar daquilo tudo, daquela alegria, e de que talvez a antropofagia não me unisse a ninguém.

Ouro Preto, memória e ausência

CineOp, de Ouro Preto, é um dos poucos festivais brasileiros com perfil bem definido e coerente – a preservação do patrimônio audiovisual e seu papel na construção da memória coletiva. Este ano, o eixo central foi a presença negra no nosso cinema. Dois documentários de grande impacto se destacaram na programação: A paixão de JL, de Carlos Nader, e Retratos de identificação, de Anita Leandro.

IMS na FLIP 2015

Pelo quinto ano consecutivo, será aberta ao público a Casa do IMS (R. do Comércio, 13) na FLIP, que chega à sua 13ª edição. Entre os destaques da casa está a exposição de ensaio fotográfico de Maureen Bisilliat no qual a artista recria o trajeto de Mário de Andrade, homenageado da Festa, no clássico O turista aprendiz. Além disso, muitos autores convidados na programação oficial conversarão ao vivo com a Equipe do IMS acerca de seus personagens literários favoritos.