Conversas na galeria: Antonio Fatorelli sobre William Eggleston

O professor Antonio Fatorelli discutiu a obra do fotógrafo William Eggleston, em exposição no IMS do Rio de Janeiro, como parte da série Conversas na galeria, que promove o encontro de críticos, professores e especialistas com o público nos espaços expositivos do IMS. Fatorelli colocou o trabalho do fotógrafo americano num contexto cultural maior, mencionando o avanço técnico que permite o controle do processo fotográfico.

Os limites dos poderes

Fiquei espantada em descobrir que a palavra “empoderamento” está na moda, pois ela já esteve na crista da onda nos anos 1990 nos movimentos sociais no Brasil e havia caído em desuso. Há uma imensa distância entre a palavra e discussões que já seguem avançadas: os limites da estratégia que exige a formação de um grupo identitário que reivindica seu fortalecimento e o fato de que reivindicar empoderamento é ocultar da pauta de que forma de poder estamos falando.

Coppola, no coração das trevas e da luz

No cinema norte-americano do último meio século, poucos diretores terão alcançado a estatura e o poder de influência de Francis Ford Coppola, destaque de mostra no Rio de Janeiro que depois seguirá para Brasília e São Paulo. Sua obra, irregular e monumental, sintetiza boa parte da história recente da própria indústria cinematográfica, com a qual sua relação foi sempre de amor e ódio.

Construindo uma ideia do Rio de Janeiro

Em cartaz até o fim de 2015, a exposição Rio: primeiras poses mostra a cidade do Rio de Janeiro pela lente de vários fotógrafos como Marc Ferrez e Augusto Malta, desde a chegada da fotografia em 1840 até 1930. Em vídeo, o curador Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS, explica a importância das imagens na construção de um ideário e de uma iconografia da capital carioca.

A lição contra a lição de moral

O longa búlgaro A lição, de Kristina Grozeva e Peter Valchanov, tem grandes chances de arrebatar as almas sensíveis que ainda existam nas plateias brasileiras. Premiado em festivais internacionais, o filme trata da odisseia de uma mulher acossada pelo aperto material, que se torna também uma provação moral. O mundo retratado em A lição é opaco e cruel, mas não desprovido de humor, nem de afeto, nem mesmo de uma obscura e retorcida beleza.

Os bardos da hora

Leio na The New Yorker que não é possível entender o movimento jihadista sem conhecer poesia e, especificamente, a poesia árabe clássica. Para quem ainda não sabia, os jihadistas são os bardos da hora. Ahlam al-Nasr é uma jovem poeta e militante síria, defensora incendiária do EI, que os jihadistas recitam em vídeos na internet, como se entoassem hinos, durante momentos de confraternização, quando não estão degolando ou queimando reféns vivos.

Horror onírico

Dois filmes de terror de 2014 se destacaram entre a crítica: o australiano Babadook, e It Follows, do americano David Robert Mitchell. Este último, à primeira vista, parece ser mais uma obra nostálgica que homenageia o terror dos anos 1970 e 1980. No entanto, o que possui em comum com o cinema de Argento e outros está na lógica de sonho que propõe encenar.

Sangue azul e Romance policial: a paisagem como drama

Ambos protagonizados por Daniel de Oliveira, dois filmes impõem sua força ante cenários de cartão postal, evitando o clima National Geographic. Em Sangue azul, que se passa em Fernando de Noronha, o diretor Lírio Ferreira reforça sua aposta no prazer do espetáculo visual e na onipresença do sexo. Em Romance policial, Jorge Durán introduz elementos pessoais numa narrativa de gênero, situada no deserto de Atacama.

Está dada a “partidA” para um referente vazio

Marcia Tiburi propôs a criação de um partido feminista (chamado “partidA”), ou seja, sair do armário e entrar na política parlamentar. Acredito que, se a partida for dada em direção a um referente vazio de conteúdo, capaz de representar não um grupo previamente restrito a certas características identitárias, mas a todas as singularidades, funcionará para além das restrições da atual estrutura partidária e ainda trará um novo instrumento para questioná-las. 

Antonio Cicero e as cartas de Rilke

Remetente/Destinatário, curso que procura analisar e recuperar importantes correspondências, recebeu Antonio Cicero no IMS-RJ para falar sobre as Cartas a um jovem poeta, de Rainer Maria Rilke. Nas palavras de Cicero, Rilke “não dá técnicas de como fazer verso, mas mostra como a pessoa deve se cultivar para poder ser um poeta”.