A livraria que já fez as cabeças do Rio vai fechar, após 63 anos, não por causa das concorrentes que têm café e papelaria. Além do vilão insuperável, a Amazon, há a busca das editoras por lucros cada vez maiores e um projeto de cidade que nega sua própria história.
Morre o poeta Manuel Graña Etcheverry, genro de Drummond
O poeta e tradutor argentino Manuel Graña Etcheverry morreu nesta quarta (27), aos 99 anos. Ele foi genro de Carlos Drummond de Andrade, de quem transpôs muitos poemas para o espanhol. Teve três filhos com Maria Julieta Drummond de Andrade. Como político em seu país, notabilizou-se como relator da lei que instituiu o voto feminino em 1947.
Livros de colorir
Livros de colorir não são tão diferentes de outros títulos que costumam frequentar as listas de best-sellers. Até prestam um serviço de esclarecimento a quem ainda não compreende o mercado de livros. Quando Paulo Coelho, na Feira de Frankfurt, faz o elogio da Amazon contra as editoras, fala em nome do oportunista que segue a favor do vento. O que enoja é ver Juergen Boos, diretor da feira, olhando para Coelho como uma criança no colo de Papai Noel.
Mad Max, na estrada entre o épico e o pop
Mad Max – a saga toda, iniciada em 1979 – é o lugar onde se encontram o épico e o pop. O novo filme de George Miller não se trata de requentar uma boa história, muito menos de diluí-la, mas de afirmar sua atualidade. Na verdade, em face dos rumos que o planeta tem tomado, o pesadelo compartilhado pelo cineasta parece cada vez mais próximo, real, ameaçador.
Muito diferente da superprodução de Miller, o longa pernambucano Permanência entra em cartaz e merece ser visto.
As folhas de contatos e o fotojornalismo
O IMS prepara o lançamento de Contatos 1: a grande tradição do fotojornalismo, um DVD com uma série de conversas filmadas sobre fotografia. Nos vídeos, o próprio fotógrafo nos convida a acompanhar seu processo criativo, analisar a folha de contatos, descobrir como a imagem final foi construída. E mais, com os olhos do fotógrafo encontrar na folha de contatos o gesto fotográfico como uma espécie de memória do instante.
Inferno, purgatório, céu
O filme que o júri do festival de Cannes escolheu para a Palma de Ouro foi Dheepan, de Jacques Audiard, que narra uma história de violência em torno de traficantes de droga que, pela sua estrutura, parece dividido em inferno, purgatório e céu. E, no centro da obra, o processo de adaptação dos migrantes ao mundo francês.
Bons dias!
Dois dias depois de participar da missa campal pelo fim da escravidão (presença constatada recentemente pelo site Brasiliana Fotográfica), Machado de Assis escreveu para a série “Bons dias!” crônica que se tornou célebre, na qual usa de muita ironia para mostrar como a elite da época recebia a notícia de não poder mais ter escravos.
O aberto, o fechado e o enfermeiro de Cannes
Em Cannes, dois filmes feitos para a janela de projeção hoje raramente utilizada, 1:33, o retângulo mais próximo do quadrado: um chinês, O assassino, de Hou Hsiao-Hsien, outro húngaro, O filho de Saul, de László Nemes. O olhar passeia à vontade pela paisagem aberta de O assassino e se perde no labirinto escuro de O filho de Saul. Estamos à vontade no espaço do filme de Hsiao-Hsien, mas desconfortáveis no de Nemes.
O vendedor de passados e teoria da Conspiração
O vendedor de passados, adaptação cinematográfica do livro homônimo do angolano José Eduardo Agualusa, traz uma ótima história. O filme, por outro lado, não é tão bom. O longa parece não decolar, não levar até o fim as possibilidades de suas linhas de fuga. Falta um empenho mais concentrado de construção da imagem e do ritmo, no rigor e no vigor da encenação.
Conversas na galeria: Nelson Brissac Peixoto sobre Eggleston
Como parte da série “Conversas na galeria”, no qual intelectuais e críticos discutem obras no próprio local expositivo, o filósofo Nelson Brissac Peixoto analisou o trabalho de William Eggleston, decisivo na construção do imaginário do sul dos Estados Unidos. Assista ao vídeo em que Brissac relaciona o trabalho do fotógrafo ao do cineasta David Lynch.
