A maior exposição da carreira de William Eggleston reúne 172 obras no IMS-RJ. Em textos feitos para as paredes da mostra, o curador Thyago Nogueira aponta os caminhos que o fotógrafo americano tomou em sua trajetória. O artista se consagrou como um dos maiores nomes da fotografia colorida e grande observador da vida cotidiana dos EUA.
A quem o preconceito mata
O feminicídio tornou-se circunstância qualificadora do crime de homicídio. Para o bem da política, poderia se encontrar algum similar que coibisse manifestações de ódio e preconceito que estão expressando o pior da misoginia na sociedade brasileira. Não é natural, nem democrático, nem forma de protesto, nem liberdade de expressão chamar nenhuma mulher de “vaca” ou “vagabunda”.
Inezita Barroso canta o Brasil
O crítico musical Lúcio Rangel, então o mais importante do país, apontou num texto de 1959 as qualidades de Inezita Barroso, que ainda se firmava na carreira. Ele incluiu o artigo em seu livro Sambistas e chorões, que o IMS relançou em 2014. Para reverenciar a grande cantora e divulgadora da cultura popular brasileira, morta neste 8 de março, o Blog publica o texto.
O contágio literário – quatro perguntas a Lina Meruane
Sangue no olho, primeira obra da escritora chilena radicada nos Estados Unidos Lina Meruane a ser publicada no país, narra a angustiante história de uma mulher que descobre possuir uma doença que pode levá-la à cegueira completa. A autora, que pesquisa na universidade os pontos de contato entre literatura e doença, conversou com o Blog do IMS sobre a sua obra.
O livro das contradições
A revelação da identidade do inglês encarregado pelo Estado Islâmico de decapitar reféns ocidentais deixou muita gente perplexa. Ao que parece, o ódio do ex-universitário londrino contra o Ocidente foi nutrido pelo tratamento que recebeu anos atrás pelo serviço antiterrorista britânico. Em seu livro, o jornalista irlandês Patrick Cockburn escreve: “Foram os Estados Unidos, a Europa e seus aliados regionais na Turquia, na Arábia Saudita, no Catar, no Kuwait e nos Emirados Árabes Unidos que criaram as condições para a ascensão do Estado Islâmico”.
Claro enigma em discussão no Clube de Leitura
O IMS abriu em 16 de setembro de 2014 o seu Clube de Leitura. São conversas em torno de um livro, reunindo um conhecedor da obra e um público de 20 pessoas. O segundo livro debatido foi Claro enigma, que teve mediação de Luciano Rosa. Ao fim de cada reunião, é feita uma ata, em tom propositalmente leve. As de Claro enigma foram escritas por Elvia Bezerra, coordenadora de literatura do IMS, e Lyza Brasil, assistente da coordenadoria.
O cinema libertário de Buñuel
A partir de 3 de março, os paulistanos têm a chance de conhecer as múltiplas faces de Luis Buñuel na mostra dedicada ao diretor no Sesc. Sua obra deixa envergonhada quase a totalidade do que vemos hoje nas telas do mundo. Para Bergman, ele foi um dos maiores; para Fellini, simplesmente “o” maior. Outra retrospectiva interessante em São Paulo é a de Jerry Lewis.
“A barbárie se tivermos sorte”
O filósofo húngaro István Mészáros propõe uma redução da jornada de trabalho que funcionaria como “dinamite social”. Ela seria baseada em “metas autodeterminadas de realização da vida dos indivíduos particulares” e poderia também alterar relações familiares, promovendo igualdade na divisão das tarefas domésticas. O que me inquieta é ele ser mais um pensador de esquerda a aceitar a democracia liberal como a forma final de governo humano.
Boyhood não coube no Oscar
Falou-se muito do inusitado modo de produção de Boyhood, de sua realização ao longo de doze anos, mas falou-se pouco do resultado, da narrativa que vemos na tela. E esta é extraordinária. Por isso é um filme que não cabe no Oscar, festa da repetição do mesmo sob a ocasional maquiagem da “novidade”. Birdman ganhou reinventando, quase sete décadas depois, a roda de Festim diabólico, de Hitchcock.
Sniper, Velho Oeste no Oriente Médio
Quem acompanha a carreira de realizador de Clint Eastwood sabe que, pelo menos desde Os imperdoáveis (1992), ele vem problematizando certos valores centrais da cultura americana e, em particular, a figura do herói justiceiro. Seu novo filme é um passo adiante nesse processo. Não se trata de um épico, mas de um réquiem.
