Escrever sem escrever – quatro perguntas a Mario Bellatin

O prolífico autor mexicano Mario Bellatin é conhecido como um grande expoente da ficção experimental na América Latina. No Brasil, o escritor vem recebendo destaque desde a publicação de Flores (2008) e a participação do autor na Festa Literária Internacional de Paraty. Em entrevista inédita, Bellatin respondeu a quatro perguntas do Blog do IMS.

Pra dizer adeus – Santuza Cambraia Naves (1952 – 2012)

O pensamento e os temas trabalhados por Santuza são solares, pois nos apresentam o que de mais potente se produziu em uma determinada época da arte brasileira. Seus textos bem escritos, sua fala doce e, ao mesmo tempo, firme, sua abertura para o novo e para as ideias dos novos, fez de sua passagem entre nós um imenso prazer. Sua perda é profundamente sentida não só pela sua ausência entre os que conviviam com ela, mas principalmente pelo frescor que ela inseria permanentemente em encontros, conversas, aulas e textos com sua participação.

Repensar o mercado editorial – quatro perguntas a Luciana Villas-Boas

A jornalista Luciana Villas-Boas declarou, no início do ano, que deixaria seu cargo de diretora editorial da Record, uma das mais importantes editoras do país, para criar uma agência literária, a Villas-Boas & Moss. A agência conta com três escritórios: um no Rio de Janeiro e os outros em Atlanta e Nova York. Villas-Boas respondeu a quatro perguntas do Blog do IMS acerca do mercado literário brasileiro, as dificuldades e impasses do período atual, e a necessidade de profissionalização do setor.

Parecer e aparecer

Isso explica o sucesso do Instagram, o aplicativo/rede social para celulares integralmente dedicado a imagens que foi comprado na semana passada pelo Facebook. Antes exclusivo de usuários de iPhones, nele cada usuário tem um perfil formado exclusivamente por fotos, tiradas quase sempre com a câmera do celular. Uma vez congelada a imagem, o usuário escolhe um filtro (retrô, colorido, branco e preto, super contraste, tipo pol aroid, etc.) para dar mais apelo ao ramerrame da vida.

Xingu, utopia e tragédia

“Tem alguma coisa neles que morre para sempre assim que a gente encosta”, diz Cláudio Villas Bôas (João Miguel) a certa altura de Xingu, referindo-se aos índios de um modo geral. Essa constatação está no centro do belo filme de Cao Hamburger. É o que lhe dá sentido, convertendo em tragédia o que poderia, nas mãos de um cineasta menos íntegro, ser filmado como um épico.

Tom em dois tempos

Alguém na revista teve a idéia de fotografar Tom para a capa tocando piano nas areias do Arpoador. O clichê deu uma trabalheira infernal. Alugar um piano (mambembe e de um marrom claro indeciso), fretar um caminhãozinho e, pior, convencer Tom a efetivamente madrugar para que a foto pudesse ser feita com a praia ainda vazia. Ele relutou, com ótimas razões, diga-se de passagem. Afinal, concordou.

A máquina de Gonçalo M. Tavares

Se encontrar o escritor para um papo, um café, já é risco de, além de gaguejar e passar vergonha, descobrir que o sujeito só é o cara no papel, diz aí: e estudar com ele? Me pergunto o que, de fato, gente como eu espera da cadeira Arte do Romance com Gonçalo M. Tavares?

Quatro cabeças autolimpantes

Por que Hal Hartley foi esquecido? Por que o sujeito que foi um dos inventores do cinema independente americano, ao lado de Quentin Tarantino, Kevin Smith e Richard Linklater não tem o mesmo prestígio? Seria por causa da artificialidade teatral de seus filmes? 

Heleno, touro domado

Muito já se falou sobre a proximidade entre Heleno e Touro indomável (1980), a obra-prima de Martin Scorsese em torno do boxeador Jake LaMotta. De fato, a referência é incontornável: ambos tratam de atletas impetuosos e autodestrutivos; baseiam sua força dramática na entrega e na transformação corporal de seus atores protagonistas (Rodrigo Santoro e Robert De Niro); subvertem a cronologia, alternando momentos diferentes da trajetória do herói; lançam mão de recursos estilísticos semelhantes, como a câmera lenta, os supercloses, o uso da ópera na trilha sonora e, claro, a fotografia estilizada em preto e branco.