Uma festa para Ana C.

A poeta Ana Cristina Cesar (1952-1983), cujo acervo está sob a guarda do Instituto Moreira Salles, será a autora homenageada da edição de 2016 da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontecerá de 29 de junho a 3 de julho. É a segunda mulher a receber essa homenagem, após Clarice Lispector, a escolhida de 2005 e outra escritora com acervo aos cuidados do IMS.

Mundo fora dos eixos

Se existe um filme impossível de classificar, é o tríptico As mil e uma noites, do português Miguel Gomes, com sua mistura desenvolta e descarada de gêneros, assuntos e estilos. A estrutura do clássico árabe que dá nome ao filme – Xerazade desfiando a cada noite relatos fascinantes para o sultão de modo a adiar sua execução – serve aqui de fio condutor para uma leitura muito pessoal da história recente do mundo, em especial de Portugal.

Zingg, Andrew Zingg

O americano Andrew Zingg, 25 anos, chegou ao Rio de Janeiro em fevereiro de 2015 e passou esses últimos 10 meses tentando entender quem foi afinal seu avô, o também americano David Drew Zingg. Desde a chegada, tem sido figura fácil de encontrar no Instituto Moreira Salles, guardião do acervo de fotógrafo, e neste perfil de Alfredo Ribeiro fala sobre sua relação com o avô, de quem pretende escrever uma biografia, e sobre algumas de suas descobertas no processo de pesquisa.

Carrancas no Rio

Termina no domingo, 15/11, a exposição Claudia Andujar: No lugar do outro, no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro. Em seu lugar, em 5/12, entrará em cartaz A viagem das carrancas. São carrancas de coleções públicas e particulares e 42 fotografias de Marcel Gautherot, além de pequenas esculturas, um modelo de barco e documentos diversos.

Deus não sabe rir de si

O que o perverso está dizendo é que ele está mais próximo de Deus do que dos homens, a verdade está com ele, pois só obedece aos seus instintos. Acontece que, como na lei de Deus, também há uma contradição de base na lei dos instintos e é essa contradição que a obra de Sade escancara, de modo a tornar-se trágica: se o meu instinto diz que devo seguir meu prazer para além de todos os limites, até o assassinato, por exemplo, também tenho que pressupor que os outros ao meu redor, seguindo seus próprios instintos, também poderão me matar por prazer. 

Conhecer outras vidas – quatro perguntas a Emmanuel Carrère

Emmanuel Carrère é mestre na mistura de personagens e fatos reais com a ficção. É a marca de romances como O adversário e Limonov e de “Em busca do homem dos dados”, ensaio entre jornalismo e literatura publicado na serrote #21, em que viaja ao interior dos EUA em busca de Luke Rhinehart, autor de O homem dos dados, livro cult dos anos 1970. Na entrevista, fala também sobre o desejo impraticável (e por isso mesmo obsessivo) de experimentar seguir outros caminhos, levar outras vidas.

O trem de Patti Smith

M Train, o novo livro de Patti Smith, pode frustrar quem espera uma continuação de Só garotos. Aqui as memórias são de uma mulher madura, impregnada de literatura e solidão para enfrentar a melancólica sucessão de perdas que faz parte de toda vida. Patti escreve, assim, a autobiografia de todo mundo.

A tragédia de Elias e o corpo de Olivia

Há um limite intransponível para a eventual representação ficcional em O olmo e a gaivota: o corpo de Olivia. Acompanhamos o crescimento de sua barriga, as transformações de seu organismo, as alterações na sua pele. É um filme singular e extraordinário. A floresta que se move, por sua vez, adapta Shakespeare através de uma solução de compromisso, mantendo os dilemas humanos centrais da peça, mas envoltos em roupagem contemporânea

O mais lembrado dos autores esquecidos

Um nome sempre lembrado quando se fala de autores esquecidos é Marques Rebelo. Pertence à luxuosa galeria dos romancistas cariocas da gema, na linha sucessória de Manuel Antônio de Almeida, Machado de Assis e Lima Barreto. Urbanos e cosmopolitas, os livros formavam um corpo estranho no Brasil do fim da década de 1950.

Haruo Ohara na NHK

Hoje e amanhã, a emissora japonesa NHK exibe um documentário sobre o fotógrafo Haruo Ohara (1909-1999). Em 2016, sua obra fotográfica será apresentada em três museus no Japão, em exposição organizada pelo Instituto Moreira Salles.