Não há dúvida de que parte da frustração e do fascínio que São Paulo continua a exercer sobre seus habitantes vem da dificuldade em domesticar inteiramente o espaço urbano. As fotografias em preto e branco de Mauro Restiffe, expostas no IMS-RJ até domingo (28), são um bom exemplo de como a arte pode refletir sobre as cidades.
A era da demolição permanente – Quatro perguntas para Guilherme Wisnik
O crítico de arquitetura Guilherme Wisnik, que participa de ciclo de conferências sobre violência, diz que o capitalismo depende hoje da modificação incessante das cidades. “Cada vez mais os edifícios e as próprias cidades são construídos para durar menos. O lucro está na demolição e na reconstrução permanentes”, diz.
Era uma vez… um país de imigrantes
Era uma vez em Nova York, o novo filme de James Gray (Amantes), apresenta Joaquin Phoenix e Marion Cotillard em um melodrama enganoso, que usa a estrutura do gênero, mas evita o maniqueísmo fácil, dando espaço a personagens de naturezas ambíguas.
Conversas na galeria: Ronaldo Brito
O crítico e professor de história da arte Ronaldo Brito falou da obra de Richard Serra na série Conversas na galeria, refletindo sobre o “peso escultórico” dos desenhos expostos no IMS-RJ, debatendo com a plateia maneiras diferentes de se ver um quadro e acerca do que aproxima e do que afasta Serra do pintor russo Malevich.
A desconstrução na e da política
Cerca de 50 anos após Jacques Derrida definir o conceito de “desconstrução”, o termo foi vulgarizado nos discursos dos marqueteiros das campanhas presidenciais, que fingem ser possível traduzir a voz das ruas – pretensão desautorizada pelas ruas, que questionam a própria ideia de representação.
A diferença entre documentário e ficção é ética: conversa com Jorge Furtado
“Quando um jornalista publica uma coisa que sabe que não é verdade, algo muito estranho está acontecendo”. Em debate com Daniela Pinheiro e José Carlos Avellar, Jorge Furtado discute o panorama da mídia brasileira nos dias de hoje em bate-papo realizado no IMS acerca de O mercado de notícias.
Retrato do artista
Esta fotografia de Hans Gunter Flieg foi criada como publicidade de uma nova calculadora eletrônica produzida pela Olivetti. Mas, sem qualquer legenda, o que a imagem nos diz? Livre do contexto para a qual foi produzida, deixa mais patente sua construção e sua força expressiva.
Rio, eu te amo, entre o cinema e o turismo
Rio, eu te amo é o novo produto da franquia “Cities of love”, que já tinha homenageado Paris e Nova York. A cidade real, com sua pulsação, sua humanidade única e contraditória, só aparece aqui e ali, quase por acidente, nos dez segmentos dirigidos por cineastas do Brasil e do exterior. No todo, é pouco mais que um filme superficial e turístico.
O espectador cineasta
O IMS-RJ promove, entre os dias 13 e 21 de setembro, um ciclo de filmes com trabalhos de José Luis Guerín, diretor espanhol de origem catalã. Neste depoimento, o cineasta argumenta que o conceito central do cinema é a equação entre acaso e controle. Ao contrário de Ozu, seu grande mestre, Guerín afirma permitir que o imprevisível ocorra no set.
Sexo, religião e política
Nos dias de hoje, a autoridade religiosa tomou a dianteira, com a disseminação dos fundamentalismos e a tentativa de impor seu valor aos descrentes. Os escritos do francês Georges Bataille (1897 – 1962), movidos pela transgressão, buscam um enfrentamento contra a religião, o conservadorismo e o beletrismo.
