A influência do Modernismo no Cinema Novo é o principal tema do debate que o IMS-RJ realizará no sábado, dia 9, às 16h15, com Paulo Antônio Paranaguá, autor do livro A invenção do cinema brasileiro, Modernismo em três tempos, e Eduardo Escorel, diretor de Chico Antônio, o herói com caráter, filme que será exibido às 15h30, antes da conversa.
A Casa do IMS na Flip 2014
Não se leem impunemente as frases de Millôr Fernandes. Muitos se sentavam nos bancos e pufes dispostos na Casa do IMS para pensar melhor no que viam escrito à sua frente: “Desconfio de todo idealista que lucra com seu ideal”. Pela expressão, quase se podia ouvir: “Eu também”. A garçonete em lágrimas por fracassar com o cliente e o rapaz à procura de um cappuccino gratuito também foram personagens da Flip.
Nostalgia e homenagem
O último dia do ciclo de conversas na Casa do IMS na Flip foi marcado pela nostalgia, com o cineasta Cacá Diegues relembrando o amigo João Ubaldo Ribeiro e Juan Villoro confirmando a influência central de García Márquez não apenas como ficcionista mas como jornalista. Ainda houve, no início, uma fala entusiasmada do autor pernambucano José Luiz Passos sobre o impacto de Otelo em sua obra.
Paraty é a nossa Veneza
Quatro conversas muito distintas pontuaram o segundo dia de atividades da Casa do IMS na Flip. O jornalista Sérgio Augusto falou de A educação sentimental, seu Flaubert favorito, Almeida Faria declarou sua paixão por Guimarães Rosa, a repórter argentina Graciela Mochkofsky discutiu a relação entre jornalismo e poder, e, em uma fala entusiasmada, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha defendeu que Paraty é uma espécie de Veneza brasileira.
O homem das multidões e a cidade fora de foco
Inspirado em Edgar Allan Poe, filme de Cao Guimarães e Marcelo Gomes muda perfil do protagonista do conto em que é baseado: em vez de procurar a multidão com avidez, ele parece agir por inércia, com uma serenidade passiva. É como somos hoje, deixando-nos levar pela massa anônima. Opção por registrar as cenas em quadros verticais sublinha a dificuldade do personagens em estabelecer relações.
Recordações de literatura e de vida
O primeiro dia da programação do IMS na Flip teve conversas com dois jovens escritores, Gregorio Duvivier e Antonio Prata (foto), e o depoimento do chileno Jorge Edwards sobre o poeta e amigo Pablo Neruda. Também foi lançado o livro de frases e cartuns de Millôr Fernandes, tema de exposição que fica em cartaz na casa do IMS em Paraty durante a festa literária.
Dramaturgia do invisível
Como Kafka, Kleist foi incompreendido por seus contemporâneos. Hoje considerada sua obra-prima, O Príncipe de Homburgo só foi publicada e encenada dez anos depois do suicídio do autor. Escolhida para abrir o Festival de Avignon, a peça de 1810 é estranhamente pertinente numa época em que a ideologia nacionalista volta para mostrar a pior de suas caras.
O IMS na Flip 2014
Millôr Fernandes, homenageado da 12ª Flip, é lembrado em livro, exposição e revista pelo IMS, que guarda seu acervo pictórico. Na casa do instituto em Paraty, também serão realizadas entrevistas com escritores brasileiros e estrangeiros, que falarão de obras e personagens que marcaram suas vidas.
São Paulo no olhar de Mauro Restiffe
Vídeo mostra como o fotógrafo concebeu e realizou a exposição São Paulo, fora de alcance, em cartaz no IMS-RJ. Mauro Restiffe, que utilizou filmes preto e branco em todo o trabalho, conta que fotografou a cidade sempre do ponto de vista do pedestre.
Festa no cemitério
Apesar de momentos insólitos, o Festival de Paulínia voltou com toda força. O destaque dos primeiros dias é Sinfonia da necrópole, estreia solo da diretora Juliana Rojas e um passo à frente no trabalho coletivo da produtora paulistana Filmes do Caixote com os gêneros cinematográficos estabelecidos. A história realiza um jogo de contrastes que aproxima o macabro do cômico e do poético.
