Rubião é 100

Literatura

01.06.16

“Sete anos levei para escrever e publicar o meu primeiro livro O ex-mágico. Nem por isso ele saiu melhor”, brincou certa vez o contista mineiro Murilo Rubião (1916-1991), um dos pioneiros do gênero fantástico na literatura brasileira, cujo centenário se comemora este ano. Estava sendo modesto, é claro. O tempo de gestação do livro de estreia já indicava uma das principais características do escritor: o perfeccionismo meticuloso, que se refletia em uma reescritura constante, buscando sempre a precisão.

E os sete anos de O ex-mágico não foram nada. Um de seus contos, “O convidado”, levou 26 anos para ficar pronto, quase quatro vezes mais. O sucesso comercial só chegou em 1974, com a publicação de O pirotécnico Zacarias, que em pouco mais de um ano vendeu 100 mil exemplares. Sobre sua obra, marcada por um profundo senso de estranheza, afirmou Carlos Drummond de Andrade: “Ele nos transporta para além de nossos limites, sem entretanto jamais perder pé no real e no cotidiano”.

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Além de ficcionista, Rubião também dedicou a vida ao jornalismo e ao funcionalismo público, assumindo entre outros cargos a chefia de gabinete de Juscelino Kubitschek no governo de Minas Gerais. Para celebrar os 100 anos do escritor, o Instituto Moreira Salles promoveu em 19 de maio uma conversa entre o jornalista e escritor Humberto Werneck e o poeta, tradutor e professor Sérgio Alcides, que pode ser assistida na íntegra nos vídeos abaixo:

Elvia Bezerra, coordenadora de Literatura do IMS, também participa da homenagem com uma leitura do conto “Teleco, o coelhinho”, um dos mais conhecidos do autor:

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