Ah, o Aldo Rebelo… Ele é uma das minhas referências na política. Observo atentamente as suas posições – e assumo a posição diametralmente oposta. Com a ida dele para o Ministério dos Esportes, descobri que devo fazer oposição não apenas às Olimpíadas e à Copa, mas a qualquer tipo de desporto ou atividade física, sobretudo se envolver alguma ONG. Vou doar o tênis da caminhada a um comunista carente.
Almodóvar, a pele e a alma
Ao que parece, alguns críticos torceram o nariz para o novo Almodóvar, A pele que habito. Como este é um daqueles casos em que não se pode ficar em cima do muro, vou logo dizendo que adorei. (…) Almodóvar elude as possibilidades burlescas de seu enredo. Ele não fez uma chanchada, fez uma elegia, em que a música sinistra, a predominância do claro-escuro e a atuação constrita de Banderas induzem a um sentimento de luto, de perda irreparável, análogo ao hitchcockiano Um corpo que cai.
Frans Post, Vista sobre um vale
Com esta obra, o pintor holandês Frans Post (1612-1680) continuou a elaborar a experiência artística vivida no Brasil. Tal experiência foi utilizada por ele como definidora de sua vida profissional. Em 1667, haviam se passado 20 anos desde que ele acompanhara o governador Maurício de Nassau à porção do Nordeste brasileiro conquistada pela Companhia das Índias Ocidentais. Ao retornar a Haarlem, sua cidade natal, em 1644, Post continuou a produzir quase exclusivamente cenas brasileiras, algumas por encomenda, outras por o mercado.
Não ganharemos a Copa em casa
Um amigo foi a São Paulo ver um jogo e ficou o tempo todo prestando atenção em Adilson Já-Caiu. Meu amigo, com papel e lápis, fazia um pauzinho para cada “instrução” do elogiado técnico (as torcidas que o brindaram com diversos nomes podem confirmar quanto ele foi elo- giado…). (…) Para resumir esses excelentes salários que não coincidem com a realidade em campo, podemos citar a figura zen do Enrolador-Mor: Mano Menezes. À exceção de raras jogadas individuais, ainda não consegui ver N-A-D-A na seleção (…). Não ganharemos a Copa em casa – até porque a casa não é nossa. Trata-se de um aparelho do PC do B.
O futebol como recreio
Aos quatro ou cinco anos de idade, eu não tinha a menor ideia de que, naqueles tempos, o time representado por aquela bandeira era o bicampeão da cidade, graças a um timaço com Jairzinho, Gerson, Paulo César, Roberto, Rogério, Zequinha… Nem, muito menos, que pouco antes o Botafogo tinha tido outro timaço bicampeão carioca, com Garrincha, Nilton Santos, Didi, Amarildo, Quarentinha, Zagalo… Ou seja: eu comprei a bandeira com a Estrela Solitária e ganhei de brinde a história gloriosa – e muito sofrimento pelos vinte e um anos seguintes, até o Maurício jogar bola e Leonardo gol adentro, em 1989.
Moretti, Herzog: habemus cinema
Habemus papam, um dos filmes mais empolgantes da mostra de cinema de São Paulo e possivelmente a obra máxima de Nanni Moretti, parte de uma situação paradoxal. Não existe na terra um indivíduo mais cheio de certezas e de autoridade do que o papa, certo? Mas e se um determinado papa, recém-eleito por seus colegas cardeais, sucumbisse à dúvida e à paralisia? Pois é precisamente isso o que ocorre com o cardeal Melville (Michel Piccoli), paralisado de pânico no momento mesmo em que deve aparecer na sacada da basílica de São Pedro e anunciar-se ao mundo como novo pontífice.
Do que não falamos quando falamos de crítica – por Antônio Xerxenesky
Um jornal encomendou uma resenha do livro novo de Philip Roth e também do Romance Promissor do Jovem Escritor Bacana. O Crítico Literário Hipotético começa a ler o Romance Promissor do Jovem Escritor Bacana. Observa a foto do rosto do Jovem Escritor Bacana na orelha do livro. Lembra-se que já viu o rapaz em algum evento literário, cercado de admiradores. Lembra-se das declarações polêmicas que o jovem fez nas redes sociais. Pela trigésima página, larga o livro, sem vontade de ler mais, e decide começar o novo de Roth.
Consideração do poema: leituras de Drummond
Veja o filme Consideração do poema, produzido pelo Instituto Moreira Salles especialmente para o Dia D: Dia Drummond, homenagem idealizada pelo IMS com diversos parceiros para comemorar a data de nascimento do poeta mineiro. Neste vídeo, leem poemas de Carlos Drummond de Andrade nomes importantes da cultura brasileira, entre eles Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Hatoum, Fernanda Torres, Adriana Calcanhotto, Cacá Diegues, Antonio Cícero, Paulo Henriques Brito, Chacal e Marília Pêra.
C.D. Atlântico – poema inédito de Armando Freitas Filho
Dia D: celebre a obra de Drummond
No dia 31 de outubro de 1902, nascia o grande poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Para comemorar a data, o Instituto Moreira Salles lança a ideia de instituir umDia D – Dia Drummond -, que passa a fazer parte do calendário cultural do país. Assim como os irlandeses (e hoje o mundo inteiro) festejam a vida do escritor James Joyce no dia 16 de junho com o Bloomsday, os brasileiros começarão a homenagear um de seus maiores poetas sempre no dia de seu nascimen- to. O objetivo é promover e difundir a sua obra. Para isso, convida parcei- ros e amigos para comemorar a data, em todo o Brasil, a partir deste ano.
