Entram em cartaz dois bons filmes brasileiros, ambos filmados no Rio Grande do Sul, mas contrastantes em tudo mais. Um deles, O filme da minha vida, de Selton Mello, tem potencial para atingir um grande público. O outro, Rifle, de Davi Pretto, é um projeto comercialmente mais modesto, mas não menos ambicioso na estética e no alcance sociopolítico.
Atividade organizada
Publicado no segundo semestre de 2015, Strange Tools é o livro mais irregular de Alva Noë. Se falha em apresentar um texto mais rigoroso, porém, a provocação que oferece é bem-vinda. Quando Noë pensa de forma um tanto tortuosa, ainda assim pensa melhor do que a maioria. Em poucas páginas, partindo da natureza humana, o filósofo norte-americano procura explicar a arte e os mecanismos pelos quais ela se transforma continuamente.
O espetáculo da guerra
Vamos falar de Dunkirk, o novo filme do controverso Christopher Nolan, que se debruça sobre um célebre evento da Segunda Guerra Mundial: a retirada por mar de soldados britânicos e franceses encurralados pelas forças alemãs na cidade de Dunquerque, no norte da França.
Quem é Josenildo?
Quem é Josenildo? se passa em São Paulo, em 2064, depois que o estado se separa do Brasil e se torna um país independente. É a história de um garoto de 13 anos que simplesmente desaparece, deixando pistas que levam a três linhas de investigação: pode ter se suicidado (seguida pelos colegas), pode ter fugido de casa (seguida pela polícia), e pode ter sido sequestrado (seguida pelos pais). Durante as investigações, vão surgindo personalidades bastante distintas para o Josenildo que cada um achava que conhecia.
Ainda está pouco
A escritora Conceição Evaristo estará diante de imensos dilemas em Paraty. A autora de Becos da memória encara o impasse enfrentado pelas lutas identitárias: ser reconhecida como uma grande escritora negra, e com isso ficar confinada à marcação de negritude, ou ser recebida como uma grande escritora, e com isso enfraquecer sua posição de mulher negra.
Cinema líquido
De canção em canção, o novo filme de Terrence Malick, é um objeto – melhor seria dizer: um organismo – difícil de apreender, pois tudo nele é fluido: a história, os personagens, o modo de filmá-los. São fragmentos, retalhos, sem ordem cronológica ou progressão dramática aparente, das vidas de quatro personagens centrais.
O meme, o soneto e o escorbuto
Victor Heringer mergulha na genealogia dos memes de internet para refletir sobre a relevância da poesia na sociedade contemporânea e descobre quem tomou o lugar de sonetos, trovas, rondós e cantigas.
Cinco vezes IMS Paulista
Nada menos do que cinco mostras distintas, entre elas a célebre série Os americanos, do fotógrafo Robert Frank, e a premiada videoinstalação The Clock, de Christian Marclay, vão marcar a inauguração da nova sede do Instituto Moreira Salles em São Paulo, na segunda quinzena de setembro.
Inventário de solidões
Fala comigo, longa-metragem de estreia do carioca Felipe Sholl, começa e termina no escuro, isto é, com palavras sendo ditas sobre a tela preta. O filme parece partir do princípio de que sempre haverá coisas – nos outros, no mundo e em nós mesmos – que nunca saberemos por completo. Enfeixando pulsões delicadas e complexas, esse filme surpreendentemente seguro para um estreante demonstra integridade e consistência cinematográfica.
Instalação de referência
Não é uma obra qualquer. A construção do novo centro cultural do IMS na Avenida Paulista tem sido um aprendizado para todos os envolvidos neste projeto de tecnologia inovadora destinada a ambientes próprios para a difusão de arte no Brasil. Um pouco dessas características particulares do empreendimento você pode conferir nesses dois pequenos documentários realizados no início de julho de 2017 por Laura Liuzzi, do Núcleo de Vídeo do IMS.
