Contra o costume desta época de férias, em que geralmente os blockbusters infanto-juvenis alijam do circuito exibidor os bons filmes para adultos, o ano começa muito bem para os cinéfilos brasileiros. Entre os filmes já em cartaz e outros que entram esta semana, as opções são muitas: The square, 120 batimentos por minuto, Roda gigante, O pacto de Adriana, O jovem Karl Marx…
Cony por inteiro
Em 25 de outubro de 2001, Carlos Heitor Cony recebeu uma equipe do IMS para uma longa entrevista. A conversa foi publicada na edição dos Cadernos de Literatura Brasileira dedicada ao autor, lançada no fim daquele ano. Em homenagem a Cony, morto no dia 5 de janeiro de 2018, aos 91 anos, o IMS coloca à disposição dos leitores, em formato digital, a íntegra do caderno, que traz ainda estudos sobre sua obra, depoimentos de amigos e trechos de livros.
A roda da fortuna
Há quem encare um novo filme de Woody Allen como uma espécie de evento anual inevitável, mais ou menos como a corrida de São Silvestre ou o especial de fim de ano de Roberto Carlos. Pode até ser. Mas, em contraste com a previsibilidade dos outros exemplos citados, cada novo trabalho do diretor nova-iorquino traz sempre alguma coisa a ser descoberta, algum matiz inexplorado anteriormente, uma maneira diferente de abordar os mesmos velhos temas. Como todo artista que encontrou há tempos a sua voz, ou a sua caligrafia, Allen é sempre igual a si mesmo, e sempre diferente.
Xadrez na Dinamarca
É difícil resistir à tentação de atribuir significados fatídicos à imagem de Bertolt Brecht e Walter Benjamin jogando xadrez na Dinamarca em 1934. A relação entre esses autores – dois dos maiores vultos da cultura alemã no século XX – foi intensa e duradoura. Com uma exposição e novas biografias, embora nunca tenham saído de cena, Brecht e Benjamin estão de volta com força total.
Notícias de um ano particular
Do ponto de vista do público, não foi um ano dos mais memoráveis para o cinema. Não disponho dos dados, e muito menos da competência, para analisar tendências de mercado. Por isso, nesta última coluna do ano, vou me limitar a comentar alguns fenômenos que me chamaram a atenção e a destacar alguns filmes marcantes.
Os dez mais de 2017
Dezembro chegando ao fim, hora de recapitular os dez posts mais lidos no Blog do IMS neste ano de 2017. Carla Rodrigues, Rafael Cardoso, José Geraldo Couto e Camila von Holdefer estão na lista.
Escória rebelde
Nada como um blockbuster de primeira linha (e de primeira hora, se pensarmos na origem da série) para terminar um ano que não foi lá dos mais animadores em matéria de cinema. Estou falando, é claro, de Os últimos jedi, o mais novo episódio da saga Star Wars. É o oitavo exemplar da série, e um dos melhores.
A vida imóvel
A seção Primeira Vista publica todo mês textos de ficção inéditos, escritos a partir de fotografias selecionadas no acervo do Instituto Moreira Salles. O autor escreve sem ter informação nenhuma sobre a imagem, contando apenas com o estímulo visual. Em dezembro, Cristovão Tezza foi convidado a escrever sobre uma foto de Claudia Andujar, realizada para a reportagem “É o trem do diabo”, publicada na revista Realidade em maio de 1969. Conhecido e premiado por seus romances, Tezza, que acaba de lançar seu primeiro livro de poemas, também decidiu fazer versos a partir da foto.
Flor do Mal revisitada
Guru da contracultura no Brasil, o jornalista, diretor teatral e roteirista Luiz Carlos Maciel morreu aos 79 anos no dia 9 de dezembro sem ver publicado o livro com suas entrevistas organizado pelo amigo e editor Sergio Cohn. O lançamento está previsto para o início de 2018, mas, a pedido do Blog do IMS, Cohn apresenta aqui o depoimento de Maciel sobre Flor do Mal, o tabloide underground que editou nos anos 1970 em parceria com Rogério Duarte.
A transparência do sonho
Um clássico é uma obra que continua viva ao longo do tempo, e que é recebida de uma maneira diferente a cada geração. É o caso de A bela da tarde (1967), de Luis Buñuel, que volta aos cinemas do país em cópia restaurada meio século depois da estreia. É provável que seu impacto hoje seja bem diferente.